Pode-se dizer que para nós, os Hackers, a definição de família não é a mesma que para os outros. Nós não criamos filhos, criamos soldados. Somos a maior e mais poderosa máfia do mundo, não por medo, mas sim por respeito. O nosso sucesso? Manter isso...
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"molhar tudo" 17 de agosto de 2017 toronto, ontário - canadá
— Vai ficar assim só me encarando? — Ele fala desconfortável e eu ainda permaneço estática, sem saber que reação é suposto eu ter após todas essas palavras saírem de sua boca.
A maioria dos fatos que ele listou foram coisas que ele observou, coisas que eu jamais precisei falar. E sim, eu sei que no trabalho dele é mais do que esperando ele ser observador e atento em relação à tudo, mas tudo o que ele falou é algo simplesmente absurdo e chocante, ainda estou realmente sem reação.
— Emma, é sério. — E ele cruza os braços, então eu desvio o olhar e me viro enquanto caminho para a janela, não querendo que ele perceba que meus olhos de fato estão marejados.
Eu não vou chorar na frente dele, de maneira nenhuma que eu vou lhe dar esse prazer. Ele nem sequer se desculpou! Apenas falou palavras bonitas e agiu de uma forma que deve ter aprendido quando mais novo nas aulas de "atuação" ou seja o que for que o Nate o colocou.
— Você não pode mesmo ainda estar puta comigo, fala sério. — E ouço seus passos, então quando ele segura o meu braço e tenta me virar, eu simplesmente tento me soltar, mas obviamente não consigo e ele acaba por me virar, ficando surpreso ao ver as lágrimas caindo dos meus olhos para as minhas bochechas.
— Eu te odeio. — Digo de forma alta e clara, simplesmente o pegando de supresa.
— Eu achei que pelo menos fossemos amigos. — Ele ironiza e eu nego, soltando meu braço dele e secando minhas lágrimas de uma maneira rápida e desesperada.
— Você foi um ser rude e grosso comigo, fez eu me sentir como merda e vem aqui esperando que apenas com palavras bonitas vá poder resolver tudo. Tenta falar coisas íntimas e... — E eu não sei nem mais o que falar, pois os sentimentos dentro de mim permanecem confusos.
Ele diz que não se desculpou, mas as palavras que saíram da sua boca me tocaram de forma intima. E o que mais me irrita é que eu sei que ele é a última pessoa do mundo que vai falar algo que não lhe agrada ou realmente não é verdade – fora em entrevistas –, mas realmente é algo intimo ao extremo.
— Eu não vou me desculpar. — Ele fala até mesmo emburrado, fazendo a minha reação de surpresa ser maior ainda.
— É claro que você não vai se desculpar. — Falo orgulhosa, mesmo sabendo que no fundo talvez uma parte de mim tenha o perdoado.
Porra, é suposto eu ser forte e seguir o ignorando, mas ele parece tornar essa minha tarefa cada vez mais dificil e impossível! Preferiria que ele não tivesse vindo no meu quarto, que ele não tivesse tentando fazer as coisas voltarem ao normal, pois então assim eu teria mais motivo para ter raiva! Mas ao invés disso ele vem e me fala coisas íntimas, me dando vontade de bater em mim mesma ao notar a reação que suas palavras tem sobre mim.
