"eu fiz o que?"
10 de agosto de 2017
toronto, ontário - canadáApós entrar no meu quarto, é como se todo o meu corpo tivesse finalmente absorvido o que havia se passado no andar inferior, com ele.
Eu sinto minhas mãos suarem frio e as lágrimas agora estão secas sobre a minha face, pois o choque ainda é evidente, a surpresa para mim é grande porque eu jamais havia o visto perder o controle, ainda mais em uma proporção tão grande como essa.
Eu não consigo entender ou raciocinar o que se passou na mente dele, pois primeiro ele bebe como um condenado e depois além de transar com outras, vem para cá me por mais na merda ainda? Como se eu fosse a droga de um peso morto no mundo?
Ele disse que conversou com o seu pai e então ele ficou assim? Nojento e maldoso? Ele ainda me fez questionar a mim mesma por assinar a droga do contrato, pois não consigo acreditar que eles iriam mesmo me matar depois de tudo, é algo que não é possível... E o que ele falou sobre eu ter um meio-irmão? Como se nem ele cansasse de suas próprias mentiras!
Eu poderia ter jogado tantas coisas na sua cara, céus! Eu poderia ter falado de sua mãe, que ela não queria o matar! Ter abordado o fato de que seu pai não o ama e os filhos tem medo dele. Poderia também ter dito que ele não é merecedor algum de amor no mundo e merece morrer sozinho, mas... É como se mesmo com raiva, o meu cérebro ainda funcionasse e me falasse que eu não conseguiria baixar o nível para o dele. Pois eu sei que jamais conseguiria ser tão ruim quanto ele foi, simplesmente não poderia.
— Emy... — Dylan fala ao fechar a porta atrás dele e eu abraço a mim mesma devido ao nervosismo, pois sigo olhando para a porta como se esperasse que ele viesse para cá e me batesse ou gritasse comigo, que fizesse coisas ainda piores.
— A gente trancou a porta, ele não vai voltar. — Zac fala em um tom mais calmo e eu suspiro, mordendo o lábio nervosa ao me sentar na cama e não conseguindo mais me segurar, pois em seguida o que ouço são os meus soluços se espalhando pelo quarto.
— Eu... — E eu nem sequer sabia por onde começar, não sabia o que conseguir falar ou não agora, mas eu lembro de suas palavras, o como elas me cortaram como facas.
"Quando mataram sua mãe, ela merecia ter sido até mesmo estuprada antes. É uma pena que não te mataram junto com ela, porque agora quem tem que te aguentar como peso morto sou eu. Porque é isso que você sempre vai ser na vida de todo mundo na sua volta, a porra de um peso morto."
Peso morto? Eu sou a porra de um peso morto por estar aqui tentando o ajudar? Por sempre querer a droga do seu bem? Por querer o entender antes mesmo de julgar? Esse homem simplesmente não tem limites, pois quando ele se vê encurralado diante à qualquer situação, ele simplesmente parte para o seu mecanismo de defesa, que é afastar mais ainda os outros dele.
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criminal blood.
FanficPode-se dizer que para nós, os Hackers, a definição de família não é a mesma que para os outros. Nós não criamos filhos, criamos soldados. Somos a maior e mais poderosa máfia do mundo, não por medo, mas sim por respeito. O nosso sucesso? Manter isso...