"passado está no passado"
7 de abril de 2017
mississauga, ontário - canadá— Eu não quero! — Falo cruzando os braços, vendo que os meninos já estão bem mais na frente na trilha que decidimos fazer aqui.
— Emma, anda logo! — Dylan fala, mas eu sigo negando e permaneço no meu lugar, mostrando o quão relutante estou em relação à isso tudo.
— Vocês não entendem o que é estar com desejo! Eu sinto que se não colocar um chocolate na boca nos próximos cinco minutos, eu literalmente vou morrer!
— Para com isso, o pai já falou que a gente não cede para mulher nem com birra, então anda!
— Zac, eu estou grávida, é um desejo! — Eu falo sentindo o meu lábio tremer. Desde ontem eu estou com os hormônios a flor da pele, então sim, eu dormi chorando, acordei chorando e não me importo nem um pouco de chorar para conseguir um maldito pedaço de chocolate.
— Você não vai chorar! — E quando o Dylan começa a caminhar na minha direção, a primeira lágrima cai.
— Eu estou chorando por bobagem, mas acredite em mim, eu preciso do meu chocolate! E seu pai só colocou essa dieta estúpida em mim porque ele sabe o quanto me irrita, não afeta o bebê.
— Porra, eu odeio mulher chorando. — Zac fala já começando a ficar nervoso, então não preciso nem dizer que o Steve está com os braços cruzados e observa a cena com muita cautela, querendo ver até onde eu iria com os dois aqui.
— Liga para o pai e fala que ela está chorando. — Dylan fala tenso, me encarando e respirando fundo, pois esse foi o único momento em que paramos de correr.
Zac se afasta e pega o telefone, começando a falar algo com o Hacker enquanto seco as lágrimas e respiro de forma mais calma, olhando para a blusa e vendo um leve volume, isso que eu só estou grávida a o que? Quase dois meses? Porra.
Isso passou rápido demais e eu só sei que a confirmação da gravidez veio dia 14 de fevereiro, então é esperado que eu contasse até as semanas, mas digamos que essa nunca foi a gravidez que eu quis ou esperei.
Para ser sincera eu já havia sim pensado em gravidez, mas achei que conheceria um cara legal antes, faríamos "amor" e dali sairia algo, juro que nem o casamento é o principal para mim, mas sim que houvesse amor no meio. Mas não, cai nas mãos do Hacker e percebi que o que aconteceu foi que pulamos alguns passos e em menos de 24 horas, tivemos a nossa primeira tentativa.
Posso estar parecendo insensível, mas simplesmente não quero me apegar. Não quero me apegar pois sei mais do que bem como as coisas vão funcionar. Sei qual a minha função aqui, sei também que não farei parte do futuro do bebê e é isso que me quebra ainda mais por dentro, porque eu quero ter as sessões de ioga para mães. Quero ir a lojas de bebês escolher roupas e a decoração de um quarto. Quero ir comprar um berço e inclusive uma cadeira de balanço que combine com a decoração do quarto, mas não, não foi isso que Deus resolveu me dar.
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criminal blood.
FanfictionPode-se dizer que para nós, os Hackers, a definição de família não é a mesma que para os outros. Nós não criamos filhos, criamos soldados. Somos a maior e mais poderosa máfia do mundo, não por medo, mas sim por respeito. O nosso sucesso? Manter isso...