45 | ghosts

281 19 12
                                    

"fantasmas"16 de setembro de 2017toronto, ontário - canadá

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"fantasmas"
16 de setembro de 2017
toronto, ontário - canadá

— Como assim? — Permaneço sentada de frente para ele e ele desvia mais uma vez o olhar, mas suspiro de maneira pesada e me sento no seu colo, segurando sua face.

— Isso foi a muitos anos atrás. — Ele murmura e eu sigo completamente arrepiada, sem conseguir acreditar nisso.

— Mas... Você... Como? — Eu pergunto sem nem sequer conseguir formular uma pergunta direito.

— Emma, não tem que sentir pena de mim, e muito menos dele.

— Ele era um maldito filho da puta! COMO ELE SEQUER OUSA TENTAR TOCAR EM VOCÊ? — E o meu grito sai em forma de desespero, porque eu não sei como ele conseguiu aguentar toda essa barra que foi a vida dele até agora. Não sei como ele conseguiu superar os obstáculos e estar dessa maneira. Pois por mais frio que ele seja, acredito que ele poderia estar ainda pior.

— Ele não fez nada, eu o matei antes disso. — E ele fala com uma frieza que me arrepia por completo.

— Ele é um filho da puta! — E eu levanto furiosa, começando a caminhar de um lado para o outro.

— Volta para a cama. — Ele fala cansado e eu não consigo, pois a surpresa e choque ainda são ambos evidentes para mim.

— Eu não credito, como... Por que nunca falou para o seu pai? Como... — E nessa mesma hora eu congelo, me virando para ele com o meu corpo todo completamente arrepiado. — Você... Contou para o seu pai? — Eu questiono e ele nega na hora, levantando e ficando de pé diante à mim.

— Emma, eu lidei com isso. Resolvi o problema sozinho e...

Você tinha 9 anos! Você tinha 9 malditos anos! Como você espera que eu não tenha essa reação ao saber algo desse porte? Sinceramente! — Eu digo ainda com a voz tremendo, mas ele por impulso me puxa e me aperta contra ele, me fazendo sentir seus braços na minha volta enquanto ele me aperta forte em um abraço.

— Eu estou bem. — E eu nego para mim mesma, não segurando as lágrimas que caem dos meus olhos.

— Você não merecia isso, você era uma criança que teve os sonhos todos destruídos. Isso não é justo com você, não é... — E meus soluços não param, pois na minha mente consigo imaginar ele quando criança, pequeno e indefeso.

— Eu estou bem. — Ele reforça pela segunda vez, mas eu apenas o aperto mais e nem me preocupo com o desconforto na barriga, pois eu quero simplesmente não o soltar nunca mais.

criminal blood.Onde histórias criam vida. Descubra agora