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"parte de mim"19 de março de 2017toronto, ontario - canada

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"parte de mim"
19 de março de 2017
toronto, ontario - canada

— Ele vai precisar de um transplante? Que merda? — E eu mantenho a calma, encarando o médico sem conseguir acreditar que essa seja realmente de fato, a última opção. Como eu trago ele no melhor hospital da cidade e me vêm
logo esse incompetente o atender?

— Não necessariamente de um transplante, mas digamos que uma parte do seu rim foi afetada devido aos pedaços do carro que perfuraram seu corpo. Ele está na sala de operação, onde eles estão tirando os pedaços de metal do seu corpo, no entanto a questão do rim será muito mais complicada. — E nessa hora eu nego. Ele tem 12 anos e um procedimento desses no estado que ele se encontra será algo extremamente complicado. — Você vai querer ser um doador? — Ele questiona e eu bufo sem conseguir acreditar que estamos nessa situação, porra.

— Eu não sou compatível. — E ele fica surpreso por eu saber, mas então olha para o Dylan. Afinal, eles são gêmeos. — O irmão dele nasceu com um só rim. Quando ele nasceu eu ia dar o meu para ele, mas não foi compatível. — Falo com calma, começando a pensar com quem eu falaria do mercado negro. Se eu precisar um rim em 5 segundos é melhor que eles consigam, se não eles sabem mais do que bem o que vai acontecer com eles, todos.

— E eu? — Ouço a voz da vadia, me fazendo bufar por conta da burrice dela em uma situação dessas.

— Você está grávida.

— Mesmo assim, eu... Mulheres com somente um rim conseguem engravidar e não afeta o bebê, mas... Hacker. — Ela fala séria, com os olhos vermelhos de tanto chorar. E porra, que mulher que chora. Eu entrando com ele e tentando manter a calma, mas com ela berrando e me batendo não ajudava em merda nenhuma.

— Não, isso está fora de cogitação.

— Essa escolha não é sua. — Ela fala e encara o médico. — Faça algum exame de sangue comigo e veja o que é possível, mas... Eu dôo. — E mais uma vez eu nego, virando e a encarando com uma expressão nada boa. Por que diabos ela está aqui? E como ela simplesmente se oferece assim para abrirem o corpo dela com essa facilidade e tirarem um de seus órgãos?

— Me espera no carro. — Eu falo e ela nega, encarando o médico como se esperasse que ele concordasse com sua ideia.

— Por favor, me examina. — Ela fala e eu nego, me segurando para não dar na cara dela.

— Ela está grávida, será que pode tirar essa ideia da cabeça dela? Já não foi fácil ela engravidar de primeira.

— Bem... — Ele começa e agora a minha vontade de fazer é simplesmente matar ele também.

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