Katerina Diaz
Estava um silêncio ensurdecedor naquele quarto, apenas lágrimas me escorriam pelas bochechas enquanto olhava para Jude que tinha o olhar fixo nos três testes que ele, no momento, tinha nas suas mãos.
Eu estava com muito medo e a falta de reação da sua parte estava a aumentar ainda mais todo o medo que eu já sentia.
Não sabia se devia falar ou se devia esperar por alguma palavra ou gesto da sua parte, estava assustada.
No segundo seguinte vi-o pousar os testes na mesinha e passou as mãos pelo seu rosto.
— Eu... — ele disse mas logo parou de falar e suspirou profundamente.
— Desculpa, eu fui uma irresponsável, deitei tanta confiança no facto de tomar a pílula sem nem sequer pensar que algo podia dar errado. Sempre fui muito certinha com estas coisas e eu juro que não me esqueci de tomar nem sequer um dia, eu juro! — eu disse gaguejando algumas vezes por conta do choro. — Desculpa, desculpa, desculpa...
— Ei, bebé, calma! — ele logo olhou para mim e acolheu-me em seus braços e começou a esfregar as minhas costas tentando me acalmar. — Não é culpa tua de todo, princesa! Não fizeste este bebé sozinha, relembro-te, se tem de haver alguém irresponsável não és só e apenas tu, eu também fui irresponsável então.
— Devíamos ter sido mais cuidadosos! — funguei. Estava a ser difícil de controlar a minha respiração por conta do choro incontrolável. — Eu não quero prejudicar a tua carreira com isto.
— Não chores, porfavor! — ele beijou a minha cabeça e continuou com os carinhos nas minhas costas. — Isto, como tu dizes, é o nosso bebé agora e nunca que vai afetar a minha carreira. Não sei de onde tiraste essa ideia. Tem tantos jogadores com filhos e nunca isso interferiu na carreira de nenhum deles.
— Mas tu queres? — perguntei quebrando o abraço e olhando nos seus olhos.
— Claro que quero! Qual é a parte do "Contigo eu quero tudo" que tu não percebeste? — ele sorriu fraco passando a mão pelo meu rosto limpando as lágrimas. — Mas claro que tu tens a tua palavra a dizer, é o teu corpo não posso só decidir que quero e obrigar-te a fazer algo que não queres. É uma grande responsabilidade e eu estou disposto a arcar com todas as responsabilidades mas tu também tens de estar disposta a isso.
— Eu vou ficar ainda mais gorda! — eu disse reiniciando o choro e ele riu fraco. — Tu vais deixar de gostar de mim, eu vou ficar mais feia e mais gorda!
— Isso é impossível! És a mulher mais linda que já vi na minha vida e grávida vais ficar ainda mais e eu confesso que já estou ansioso para cada etapa da nossa nova aventura, isto se tu quiseres claro. — Eu disse e eu fui acalmando o choro.
— Eu quero se tu quiseres. — Eu disse e ele sorriu largo.
— Claro que eu quero, amor! — ele abraçou-me fortemente e eu chorei mais uma vez. Não era para eu estar aliviada e feliz? Porque é que estava a chorar? — Então bebé?
— É que eu estava com medo da tua reacção, eu pensei que não querias porque somos muito novos e que me ias deixar... — Eu falei rápido mas ele logo me interrompeu.
— Nunca que eu te ia deixar, muito menos numa situação destas! — disse limpando novamente as minhas lágrimas. — Porfavor, não chores mais princesa. Odeio ver-te chorar. — Apenas assenti, respirei fundo e limpei os olhos.
— Vais comigo para Inglaterra certo? — perguntou e eu assenti sorrindo. — Temos de marcar uma consulta para ver como estás e como está o sementinha. — Sorri com a maneira que ele chamou o nosso futuro bebé. — Come o resto da comida que a minha mãe trouxe que eu volto já, está bem?
