Katerina Diaz
Seria uma noite só a dois, o que já não acontecia há algum tempo.
Desde que tivemos a nossa pequena que momentos a dois e a sós eram verdadeiramente escassos.
Mas era uma noite especial, a noite em que fazíamos três anos de namoro e Jude queria a todo o custo que tivéssemos o nosso momento, uma noite só nossa longe de tudo e todos mas notei bem que ao deixarmos Valentina com Jobe, Jude sentiu um certo arrependimento, se é que podia chamar assim.
Era a primeira vez que passávamos uma noite longe dela os dois pois mesmo que Jude viajasse por causa dos jogos ou que eu viajasse por causa do trabalho, havia sempre um dos dois presente com ela e naquela noite não estaria nenhum dos dois, mas ela pareceu não se importar com isso e ficou super contente de ficar com o tio Jobe e ele nem se fala.
Uma mesa reservada no Bakan, um restaurante Mexicano, situado no centro de Madrid. Decorações luxuosas e em tons de castanho claro, verde escuro, plantas aqui e acolá e um ambiente bastante moderno.
Jude sabe que eu adoro comida mexicana, asiática e sobretudo a espanhola então cada ano de aniversário ele levou-me para um desses, mas diferente dos anos anteriores, naquela noite não tínhamos a companhia da nossa Valentina, o que era bastante estranho para mim, sentia-me um pouco vazia.
— Quando vou poder ser eu a surpreender-te e preparar-te uma noite assim? — Perguntei pousando os meus cotovelos em cima da mesa e apoiei o meu queixo na palma da minha mão.
— Tens de ser mais rápida do que eu. — ele disse divertidamente. — Tu sabes que me surpreendes todos os dias?
— Ai sim? — ele apenas assentiu. — Portanto não faço nada de mais.
— Fazes tudo demais! Supreende-me o facto de ficares mais linda de dia para dia. Surpreende-me o facto de cada vez mais seres a mãe mais que perfeita para a nossa bebé... supreende-me o facto teres trabalhado tanto em ti própria da melhor maneira, alcançares os teus objetivos. Ver-te assim, feliz, é a melhor coisa do mundo e não imaginas o quão feliz eu fico só de te ver sorrir, gargalhar e ver-te assim, feliz. — Eu olhava para ele com o maior brilho no meu olhar e o sorriso mais rasgado nos meus lábios.
— Como poderia eu não estar feliz? — perguntei deixando um riso nasalado escapar. — Eu tenho tudo o que preciso, tenho-te a ti e a nossa bebé. Eu não preciso de mais nada para ser feliz.
Sim apesar de Valentina já ter dois anos, ambos ainda a tratamos como bebé porque é exactamente isso que ela é, a nossa bebé, e será para todo o sempre.
O jantar foi maravilhoso, como eu esperava que fosse. A comida era ótima, a bebida igual e a companhia era perfeita.
Jude pagou a conta depois de muita insistência minha para ser eu a pagar visto que é sempre ele que paga, mas a minha insistência não deu em nada.
Saímos do restaurante e fomos para perto do carro onde Jude abriu a porta do passageiro para mim. Sim, o Jude tirou a carta de condução entre tanto e agora é muito raro eu conduzir. Conduzo apenas quando vou a algum lado sem ele, como é óbvio.
Não sei o que ele tinha programado para o resto da noite mas não me atrevi a perguntar pois sabia que ele não iria de jeito nenhum deixar escapar qualquer informação sobre os seus planos.
Jude conduzia apenas com a sua mão esquerda no volante e a sua mão direita segurava a minha, com os nossos dedos entrelaçados, próxima dos seus lábios e ia deixando leves selinhos nas costas da minha mão enquanto mantinha a atenção na estrada.
Ao som de Butterflies de Tyla, eu observava-o roçar os seus lábios carinhosamente nas costas da minha mão e roçava também a ponta do seu nariz da mesma forma.
Sorri e puxei a sua mão para mim deixando, por minha vez, beijos nas costas da sua mão, igualmente.
Um sorriso largo apareceu no seu rosto enquanto ele continuou concentrado na sua condução.
