𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.

002.

𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

DOIS DIAS DEPOIS

– O caso é seu. — Gustavo joga uma pistola, um jaleco preto e um distintivo na minha mesa. – Mais tarde aparece na reunião.

Minha primeira reação é de choque. Por um momento, fico apenas olhando para os itens em cima da mesa, tentando processar o que acabou de acontecer. Gustavo, o mesmo que duvidava de cada palavra minha, agora me entrega o caso. Meu coração dispara com uma mistura de ansiedade e excitação.

Pego o distintivo e o examino, sentindo seu peso como uma promessa de desafios e possibilidades. A pistola, mesmo que familiar, parece agora carregar um novo significado. Estou prestes a mergulhar em águas desconhecidas, e a adrenalina que corre em minhas veias é tanto assustadora quanto empolgante.

– Sério isso? — Minha voz sai mais firme do que esperava. – Você está me dando o caso?

Gustavo apenas acena com a cabeça, uma expressão séria e uma indiferença no olhar. O ego e o orgulho gritando. Não importa. O que importa é que essa é minha chance de provar meu valor.

– Estarei lá. — respondo, pegando o jaleco e vestindo-o por cima de minha roupa. Sinto-me transformada, agora sim parece que eu estou trabalhando aonde eu sempre quis.

Antes de me dirigir à reunião, faço um pequeno desvio até a mesa da Carol. Ela levanta o olhar, curiosa, enquanto me aproximo. Me inclino um pouco, aproximando-me o suficiente para que apenas ela possa ouvir, e sussurro:

– Obrigado.

Carol pisca e um sorriso lento se forma em seus lábios. Ela dá de ombros, tentando parecer indiferente, mas há um brilho de cumplicidade em seus olhos.

– Ah, não foi nada. — responde, mantendo a voz baixa. – Só dei um empurrãozinho pro nosso querido delegado ver o que estava bem na frente do nariz dele.

Dou um sorriso grato, sabendo que sem a ajuda dela, as coisas poderiam não ter se desenrolado da mesma forma. Carol pode não admitir, mas ela desempenhou um papel crucial em me ajudar a conseguir essa oportunidade.

– Ainda assim, obrigado. — insisto, antes de me endireitar e lançar um último olhar determinado em sua direção. – Agora, vou mostrar a eles do que sou capaz.

Carol acena com a cabeça, um gesto de apoio e confiança. Me viro, sentindo uma mistura de nervosismo e empolgação, e caminho em direção à sala de reuniões. Estou pronta para enfrentar o que vier, com a certeza de que tenho aliados ao meu lado.

Ao entrar na sala de reuniões, cada par de olhos se volta na minha direção, carregados de surpresa e, em alguns casos, desconfiança. O ar fica pesado com o silêncio questionador, mas mantenho a postura firme, caminhando até um lugar vazio. Gustavo, ao perceber minha chegada, limpa a garganta e se levanta, atraindo a atenção de todos.

– Bom, como todos podem ver, temos um novo desenvolvimento no caso. — Gustavo começa, e eu posso sentir os olhares avaliando cada movimento meu. – Ayla aqui fez algumas descobertas significativas que podem mudar o rumo da nossa investigação.

Há murmúrios pela sala, alguns de curiosidade, outros de ceticismo.

– Ayla não é mais apenas nossa estagiária. —continua, sua voz firme, deixando claro que não há espaço para argumentos. – Ela vai assumir um papel ativo neste caso.

– O que isso significa, exatamente? — alguém questiona do fundo da sala.

– Significa — Gustavo me olha, dando-me a deixa para explicar.