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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

O quão hipócrita eu sou?

Passei meses julgando pra caramba Richard e o modo como ele se comporta ou pelo menos comportava pra agora, dias depois de meses intensos vivendo uma vida a qual eu mesma escolhi.

Passei semanas acompanhando cada passo de Richard, mesmo quando nos afastamos. Eu sabia que não podia me aproximar, então me contentava em observar de longe, sempre com a ajuda da Verônica que conseguia me manter atualizada sobre os movimentos dele.

Sempre que ele ia para um treino, eu sabia. Quando ele voltava para casa, eu sabia. Até mesmo os momentos de descanso e as reuniões da seleção não escapavam do meu radar.

Houve dias em que eu o segui pelas ruas movimentadas, mantendo uma distância segura para que ele não me visse. Caminhei pelos mesmos caminhos que ele, sentindo a presença dele em cada passo que eu dava.

As noites eram as piores. Ficava acordada, imaginando como ele estava, o que estava pensando. Verônica me dizia que ele estava lutando, mas isso não me trazia alívio, apenas mais preocupação.

O vi em várias ocasiões, sempre com um olhar perdido, como se estivesse procurando algo que não conseguia encontrar. Eu sabia que ele estava sofrendo, e isso me destruía por dentro. Cada vez que ele mandava uma mensagem sem resposta, meu coração se partia mais um pouco. Mas eu precisava manter a distância, por mais que doesse.

Verônica muitas vezes tentava me convencer a falar com ele, a dar um passo em sua direção, mas eu hesitava. Tinha medo do que isso poderia significar, medo de prejudica-ló ainda mais.

Mas hoje, algo mudou. A necessidade de ver ele, de estar com ele, de senti-lo... Eu precisava vê-lo, precisava sentir seus braços ao meu redor novamente.

Foi assim que me encontrei na porta do hotel onde a seleção estava hospedada, debaixo de uma chuva torrencial. Meu coração bateu descompassado por exatos 1 minuto em que esperei assim que avisei que estava aqui.

Sim, eu contei enquanto esperava.

E quando ele finalmente apareceu, correndo na minha direção, todo o meu medo e incerteza se dissolveram.

Agora estou aqui, dentro do quarto em que ele está hospedado junto com a seleção. Sendo mais precisa, estou dentro do banheiro, no chuveiro tomando um banho depois de ter tomado tanta água fria de chuva na minha cabeça.

A água quente do chuveiro escorre pelo meu corpo, trazendo uma sensação de alívio e conforto depois da tempestade. Fecho os olhos, deixando a água levar embora a tensão acumulada dos últimos dias. Respiro fundo, tentando acalmar meus pensamentos enquanto passo as mãos pelo meu cabelo molhado.

Quando finalmente desligo o chuveiro, o silêncio toma conta do banheiro. Peguei a toalha felpuda e me enxuguei cuidadosamente, sentindo a maciez contra minha pele. Cada movimento é lento, como se eu estivesse tentando prolongar o momento de paz.

Saio do chuveiro e olho para a pia, onde vejo uma camiseta da seleção colombiana cuidadosamente dobrada. Ele a deixou ali para mim. Sorrio levemente ao pegar a blusa, levando-a até o rosto e sentindo seu perfume familiar. Vesti a camiseta larga, cobrindo parte das minhas coxas.

Abro a porta do banheiro e encontro Richard sentado na beira da cama, visivelmente tenso. Seus olhos se fixam em mim e vejo um misto de ansiedade e nervosismo em seu olhar. Ele não sabe o que dizer, mas é evidente que ele está ansioso para falar. Seus dedos tamborilam contra os joelhos, e ele morde o lábio inferior.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora