𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.

041.

𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

Acordo primeiro dessa vez, saio da cama tentando fazer o mínimo de movimento pra não acordar o homem tatuado ao meu lado. Richard se mexe um pouco, o lençol escapa do corpo mas ele nem abre os olhos.

Pego uma camiseta dele que está jogada no chão e a visto rapidamente. O tecido é grande em mim, caindo até quase o meio das minhas coxas.

Enquanto tento sair pra fora do quarto, meu celular vibra com uma nova mensagem que toma minha atenção. É da Verônica, com uma urgência que não posso ignorar: "Descobri algo muito importante pra investigação. Precisamos conversar." Meu coração dispara com a possibilidade de novas pistas.

Richard, ainda disputando com o sono, murmura algo inaudível. Decido não perturbá-lo mais, deslizando rapidamente pra fora do quarto enquanto respondo a mensagem de Verônica.

A cozinha é meu próximo destino, onde faço um café forte. Enquanto a máquina sussurra e gorgoleja, sento-me à mesa, o cheiro do café misturando-se com os resquícios da noite anterior.

Ainda com o celular na mão, trocando mensagens com Verônica. Minha mente está acelerada, tentando encaixar as peças do que ela pode ter descoberto. Enquanto tomo o primeiro gole, um som de batidas na porta me faz saltar.

Não estou esperando ninguém e, com Richard ainda aqui, qualquer interrupção parece perigosa.

Aproximo-me cautelosamente da porta e espio pelo olho mágico. É a Carol, com uma expressão claramente impaciente. Meu estômago se retorce em nervosismo. Por um lado, abrir a porta pra Carol enquanto Richard, uma figura central da investigação está na minha casa, parece arriscado. Por outro, ignorá-la poderia levantar mais suspeitas ou indicar que algo não está certo.

Respiro fundo, tentando pesar minhas opções rapidamente. Richard, por sua vez, não mostrou nenhum sinal de ter acordado, mas cada movimento meu parece amplificado no silêncio da manhã. Com um último olhar cauteloso pro corredor que leva ao quarto, decido abrir a porta apenas o suficiente pra falar com Carol sem deixá-la entrar.

– Bom dia amiga, aconteceu algo? — falo, oferecendo um sorriso no fim da frase.

– Bom dia. Posso entrar? — responde seca, dando um passo pra frente.

– Tem certeza? Aqui tá uma bagunça, a gente pode conversar no corredor. — tento parecer calma, mas minha voz saí cínica.

– Ele tá aí né? — cruza os braços.

– Ele quem?

– Ah, quem será né? — debocha, fazendo careta. – Abre logo essa merda, não é novidade pra mim que você tá dormindo com um bandido.

Minha boca seca com a acusação direta de Carol. Um instante de hesitação me faz olhar sobre o ombro, temendo que Richard possa ter ouvido algo. Decido então que esconder mais só pioraria as coisas.

– Tá bom, entra. — abro a porta mais, deixando espaço pra ela passar.

Carol entra rapidamente, seus olhos varrendo a sala como se esperasse encontrar Richard a qualquer momento. Fechando a porta com cuidado atrás dela, sigo-a até a sala.

– Ele está dormindo, por favor, fala baixo. — digo em um sussurro, sentindo a tensão me dominar.

– Olha, eu sei que que fui uma das grandes influências pra você se envolver com o Richard, mas... — Carol sussurra de volta, ainda com os braços cruzados. – Dormir na sua casa é demais, não!?

Mordo o lábio inferior com força.

– Quer um café? — ofereço, tentando manter a voz baixa e estável, guiando Carol para mais longe do corredor que leva aos quartos.