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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

UMA SEMANA DEPOIS

Inacreditável que em uma semana eu não tive um dia de paz pra conseguir ir na casa do Richard e aproveitar do fato dele não estar lá. Hoje ele volta exatamente nessa madrugada pra São Paulo e eu ainda não consegui entrar na casa dele e vasculhar suas coisas.

Toda essa correria e a ansiedade de não conseguir cumprir o que eu havia planejado estão me consumindo. Olho para o relógio e vejo as horas se arrastarem lentamente, como se estivessem debochando da minha urgência. Respiro fundo, tentando acalmar a mente e pensar claramente. A última coisa que eu quero é dar bandeira agora, depois de ter passado despercebida por tanto tempo.

Puxo meu celular e abro a conversa com Carol. Talvez ela tenha alguma ideia, uma estratégia que eu não tenha considerado. Digito rapidamente, explicando a situação e a contagem regressiva até o retorno de Richard.

Enquanto aguardo a resposta, começo a pensar em todas as possíveis soluções. Poderia tentar convencer alguém a me deixar entrar sob algum pretexto? Talvez criar uma distração que me dê apenas alguns minutos dentro da casa? Cada ideia parece mais arriscada e menos viável que a anterior.

Cara, que nervoso! Estou aqui, pensando em vários planos pra ir até a casa do Richard, e ninguém pra dar aquele empurrãozinho, sabe? A Carol não me respondeu, e eu sigo aqui, na sala de fisioterapia do CT, mas com a cabeça já no que eu tenho que fazer a noite.

Vou ter poucas horas antes dele chegar, talvez tenha só minutos dependendo do horário que vão me liberar daqui. Sinceramente, eu pensava que quando os jogadores eram convocados ninguém trabalhava no centro de treinamento. Mas acreditem se quiser, que mais trabalha são os fisioterapeutas.

É um misto de ansiedade com adrenalina. Tô aqui, tentando focar na massagem nas coxas do Raphael, enquanto minha cabeça tá mais turbulenta do que qualquer baralho.

– Você tá bem? — Veiga me pergunta, me tirando do tranze.

– Ah, tô sim, desculpa. — eu respondo, forçando um sorriso enquanto tento me reconectar com a realidade da sala de fisioterapia. – Só pensando alto.

Raphael Veiga me olha com uma sobrancelha arqueada, claramente não comprando a minha desculpa esfarrapada. Mas, antes que ele possa questionar mais, tento desviar o assunto.

– Como tá sentindo a coxa? Melhorou um pouco a tensão aqui? — pergunto, pressionando um pouco mais na área que estava trabalhando, tentando parecer o mais profissional possível apesar da minha cabeça estar em outro lugar.

Ele relaxa um pouco, voltando sua atenção para a massagem e soltando um rosno estranhamente familiar.

– Tá melhor, sim. Essas suas mãos fazem milagre.

Raphael solta um suspiro relaxado enquanto eu sigo com a massagem, mas então ele lança um comentário que me faz dar uma pausa.

– Caramba, você faz milagre com essas mãos, hein? — ele diz, o tom meio brincalhão, meio sério, me deixando em dúvida se tá só jogando conversa fora ou dando em cima.

– Ah, é o que eu tento. Fazer milagre é parte do meu currículo. — dou uma risadinha meio sem jeito, tentando não dar bandeira do nervosismo que tá me consumindo por dentro.

– Sério, acho que só você pra fazer essa dor sumir assim. Tem certeza que não tem mágica envolvida? — ele se vira um pouco, tentando me encarar melhor.

Mágica não, só muita prática mesmo. — sorrio com os lábios. Se eu não tivesse tão envolvida com o que fazer mais tarde, eu super corresponderia esse leve flerte do príncipe.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora