039.

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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

– La suprema... — falo enquanto deslizo o dedo pelo direct do Instagram do Richard. – Quanta autoestima.

Richard solta uma gargalhada do sofá.

– Não era isso que você ia olhar hein!? — ele não sai do lugar, suas pernas estão enfiadas em um massageador de recuperação física. – E o nome dela é Nicole.

– Nome de put... — ia falar algo, mas achei melhor não continuar, até porque eu não deveria me importar com quem o Richard conversa ou deixa de conversar.

– Ei... — me chama, olho pro lado observando seus braços cruzados em cima da almofada do sofá enquanto o rosto se apoia entre eles. – Ciúmes?

Dou de ombros, tentando parecer despreocupada, enquanto fixo meu olhar de volta na tela do meu celular.

– Ciúmes? Eu? — tento rir da insinuação, mas acaba soando mais como um resmungo. – Claro que não.

Richard solta mais uma risada, o som vibrante se espalhando pelo ambiente.

– Não precisa ficar assim. — ele provoca, a voz carregada de um riso que ele não se esforça para esconder. – Você não precisa se preocupar com quem eu falo no Instagram.

– E quem disse que estou preocupada? — respondo, tentando manter meu tom leve, embora a menção daquela mulher tenha me feito franzir o cenho um pouco.

Richard levanta as sobrancelhas, um sorriso travesso se formando em seu rosto enquanto ele segue me observando com atenção.

– Te conheço como a palma da minha mão, Ayla. Esse seu olhar de detetive diz o contrário. — ele comenta, ajeitando-se no sofá para ficar um pouco mais ereto. — Está investigando ou só cuidando do que é seu?

O comentário me faz corar, mas também acelera meu coração. Cuidando do que é meu? Ele é meu por acaso?

– Talvez ela também esteja envolvida em algo, sabe como é... Preciso investigar todos. — dou de ombros, tentando parecer indiferente.

– Vai arrumar uma desculpa pra coloca-lá na cadeia? — sorri com os lábios. – Uau, você faria isso por amor?

– Faço qualquer coisa por amor. Desde que a pessoa corresponda. — prendo os lábios com força e evito o contato visual.

– Qualquer coisa? — estreia os olhos. – Tipo?

– Tipo o que, Richard? Aonde você quer chegar?

– Mataria alguém por mim? Pularia de um penhasco? Entraria na frente de uma bala?

A força da minha gargalhada foi tão grande que minha cabeça até caiu pra trás.

– Que tipo de amor é esse, Richard? — limpo as lágrimas da risada que eu dei.

– Não entendi a graça. — ele desliga a máquina e levanta com dificuldade do sofá. – Eu faria todas essas coisas por você.

– Ah sim, claro que faria. — ironizo, balançando a cabeça em afirmação.

– Não, sério. — Richard me encara, seu rosto sério contrastando com a leveza anterior. – Acho que você subestima o quanto eu... bem, o quanto eu me importo.

Eu pauso, surpresa pela mudança no tom da conversa. Tem sido quase frequente a mudança de postura do Richard quando fala sobre certas coisas. E bom, isso vem me desarmando aos poucos.

– Você fala como se estivéssemos em um filme de ação, não na vida real. — tento aliviar o clima, embora uma parte de mim se pergunte sobre a profundidade das suas falas.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora