𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎
Sabe aquela sensação de impotência? É assim que eu me sinto enquanto visto minha roupa e peço pro Gabriel sair do quarto com a desculpa de que eu tenho que soltar o Richard e disfarçar o caos que ficou esse quarto. Ele saí sem questionar, como um bom menino que é.
Então eu fico aqui, sentada na ponta da cama, com meu corpo quente por dentro mas ao mesmo tempo frio. Sei lá, acho que a frustração causa isso nas pessoas.
Richard permanece calado, quieto, mesmo que eu consigo sentir o olhar pesado em mim, sei que ele não moveu um músculo dali. Suspirando fundo crio coragem pra levantar a cabeça e encara-ló.
– Por que? — não consigo disfarçar a frustração na minha voz.
– Porque o que? — responde, com desdém.
– Você tá solto Richard, porque deixou que tudo acontecesse? Por que não interviu? Ou só... — esfrego o rosto sentindo a frustração ser substituída pela raiva. – Sei lá, levantou e saiu do quarto.
– Você parecia estar se divertindo, por que eu interviria? — arquea as sombrancelhas e a resposta mais uma vez é puro desdém.
– Você deve ter algum tipo de problema, de verdade.
– Você que transa com um cara na minha frente e eu que tenho problema? — responde finalmente se desfazendo das amarras no braço, que agora parecem ser simplesmente patéticas caídas no chão. – Olha, se você quer uma dica... — se aproxima massageando os pulsos. – Dá próxima vez da mais de dois nós, ou usa abraçadeiras igual eu fiz com você. São mais firmes, prendem melhor.
– Vai se fuder, Richard! — acho que foi o palavrão mais sincero que eu soltei nos últimos anos.
Não é só frustração pelo ocorrido de hoje, mas toda a situação que têm acontecido com ele nesses últimos dias me deixa enjoada, abismada e me faz questionar o porque deixei ir tão longe dos meus limites.
– Nossa, já é a segunda vez que você me fala isso hoje. Tô começando a achar que você odeia. — faz beiço, sarcástico. Ele fica me encarando, esperando por uma reação.
– Eu realmente não sei o que você espera ouvir depois de uma dessas. — respondo, tentando manter a calma.
Richard se agacha na frente da cama, fixando o olhar no meu enquanto as mãos tocam meus joelhos, um traço de deboche em seu rosto.
– Talvez esperasse um ‘obrigada pelas dicas’, mas parece que você não é muito de agradecer. — ele continua com o sarcasmo, dando de ombros.
– Talvez não tenha muito pelo que agradecer. — retruco, cruzando os braços.
Ele sorri, o tipo de sorriso que sabe que está provocando.
– É, talvez não. — concorda ele, começando a se afastar. – Só não esquece que de vez em quando, mesmo as piores situações têm algo a ensinar.
– E o que você tem pra me ensinar com isso? — pisco os olhos fingindo interesse, mas minha voz demonstra meu desdém nessa imposição patética.
– Que você não serve pra ficar no comando, talvez só pra...
– Obedecer. — respondo por impulso, já me arrependo imediatamente da minha palavra.
– Isso mesmo, boa garota. — ele faz carinho na minha cabeça como se eu fosse um cachorro obediente.
E por mais que isso me irrite, sinto que não tenho mais nada pra retrucar. Porque a sensação e minhas atitudes transmitem isso mesmo, submissão, como se eu fosse um pet bem treinado pelo seu dono, e no caso o dono é o Richard.
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𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.
Fanfiction𝘌𝘴𝘴𝘢 𝘩𝘪𝘴𝘵ó𝘳𝘪𝘢 é 𝘶𝘮 𝘋𝘈𝘙𝘒 𝘙𝘖𝘔𝘈𝘕𝘊𝘌! Em um mundo onde o futebol ultrapassa todos os limites, a detetive Ayla Montenegro se infiltra na vida de Richard Ríos, um jogador envolvido em apostas ilegais. Enquanto a verdade e a paixão...