𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.

030.

( ATENÇÃO🚨: O capítulo contém "ridicularização" religiosa e tortura. Caso se sinta desconfortável, apenas não leia.)

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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

Fazia tempo que eu não ficava tão nervosa assim pra fazer algo. Minhas mãos estão suado, e meu coração quase saí pela boca quando ele abre a porta com uma expressão que eu não consigo decifrar. Os olhos me analisam da cabeça aos pés, e ele molha um pouco os lábios antes de abrir um sorriso.

– Você está... — ele pausa, parecendo pensar no que dizer. – Diferente!?

Não consigo decifrar se foi um elogio, uma pergunta, ou se ele apenas ficou sem palavras e soltou qualquer coisa.

– Obrigada... eu acho. — respondo, entrando na casa enquanto tento não mostrar o quanto estou tensa. Meu olhar percorre rapidamente o ambiente, capturando cada detalhe, cada possível rota de fuga que posso precisar lembrar mais tarde.

Richard fecha a porta atrás de mim e me guia até a sala de jantar, onde uma mesa para dois está elegantemente posta sob a luz suave de velas. Tudo parece perfeitamente normal, quase romântico, mas o peso da desconfiança ainda me pressiona o peito.

– Espero que você goste de frutos do mar. — ele diz, puxando uma cadeira pra mim.

Enquanto me sento, tento manter o controle, não deixando minha guarda cair por um segundo sequer.

– Amo frutos do mar. — respondo, mantendo meu tom de voz neutro, observando cada movimento dele enquanto ele se senta à frente.

À medida que o jantar se desenrola, um silêncio incômodo se instala entre nós. Richard parece completamente à vontade, concentrando-se em sua comida com uma calma que contrasta drasticamente com a tensão que eu sinto. Cada garfada que ele dá é meticulosa, e ele raramente levanta os olhos do prato. O silêncio apenas acentua minha ansiedade, fazendo com que cada segundo pareça se arrastar.

O barulho dos talheres contra os pratos ecoa na sala, ressaltando o silêncio entre nós. Eu tento focar na comida, que é deliciosa, mas o sabor parece se perder em minha boca nervosa. Minha mente gira, tentando antecipar seus movimentos, questionando cada possível cenário. Por que ele me convidou? O que ele está planejando?

O jantar parece uma eternidade, e cada minuto que passa sem uma palavra aumenta minha insegurança. Será que ele está apenas brincando com minha mente, esperando o momento certo para confrontar? Ou há algo mais, algo que eu não estou vendo?

Finalmente, Richard coloca o garfo e a faca sobre o prato, sinalizando que terminou, e se recosta na cadeira, olhando diretamente pra mim pela primeira vez na noite.

– O que você estava procurando aqui ontem? — ele diz, sua voz ríspida quebrando o silêncio.

Surpresa pela pergunta direta, sinto um nó formar-se em minha garganta. Meus olhos se arregalam um pouco, e por um momento, estou perdida em como responder

– O que você quer dizer? — respondo, tentando ganhar tempo e disfarçar qualquer traço de pânico na minha voz.

Richard inclina-se para frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa, os olhos fixos nos meus, intensos e calculistas.

– Ayla, eu sei que você fuçou minhas coisas ontem, minha casa estava revirada. — ele pausa, analisando minha reação. — Então, vou perguntar novamente: o que você estava procurando?

– Você é extremamente mentiroso, não tinha nada fora do lugar. Fiz questão de colocar tudo onde eu achei. — respondo, levanto a taça de vinho até a boca e já nem ligando mais pras consequências.