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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒

Saí do quarto e fui direto pro banho, precisando esfriar a cabeça depois do que acabamos de fazer. A água quente caía sobre mim, mas minha mente estava a mil. Dessa vez foi diferente, não era só desejo bruto ou possessividade. Tinha algo mais, algo que me fazia querer cuidar dela, protegê-la de verdade.

Enquanto a espuma do sabonete escorria, pensei em como Ayla mexe comigo de um jeito que ninguém mais consegue. Toda vez que a toco, sinto como se estivesse tentando provar algo, mas o que exatamente? Talvez que eu sou digno dela, apesar de tudo.

O jeito que ela me desafiou, pediu mais agressividade, como se quisesse lembrar o início. Mas dessa vez, mesmo quando a intensidade aumentou, havia uma conexão mais profunda. Não era só físico; era emocional, algo que me assustava e atraía ao mesmo tempo.

Me sinto um pouco mais centrado, mas as perguntas ainda rodopiavam na minha cabeça. Quem sou eu nessa história? Um jogador tentando ganhar ou alguém que já se perdeu completamente? E Ayla... Será que ela sente o mesmo?

Saí do chuveiro, enxugando o excesso de água do meu cabelo, e dei de cara com Ayla no espelho, tentando desembaraçar os fios molhados. Ela estava concentrada, os movimentos firmes mas cuidadosos. Por um momento, fiquei apenas observando, capturando a imagem dela ali, tão real e vulnerável.

– Quer ajuda? — perguntei, pegando uma toalha e me aproximando.

Ela olhou pelo reflexo no espelho, hesitante, mas acabou assentindo com um leve sorriso.

– Se você conseguir fazer isso sem arrancar meu couro cabeludo, agradeço.

Ri baixinho, pegando a escova das mãos dela e começando a trabalhar nos nós. Era uma sensação nova, íntima, o toque dos meus dedos no cabelo dela, a respiração dela ficando mais leve.

– Você tem um cabelo lindo, sabia? — disse, tentando manter o tom casual, mas meus olhos encontrando os dela no espelho.

– E você tem jeito pra coisa. — ela respondeu, o sorriso ampliando um pouco mais.

Continuamos em silêncio por um tempo, só o som da escova passando pelos fios molhados. Era confortável, quase terapêutico.

– Engraçado... — Ayla disse de repente. – Quem diria que você teria paciência pra isso?

– A vida é cheia de surpresas. — murmurei, meus olhos ainda fixos nos dela. – Às vezes a gente se encontra fazendo coisas que nunca imaginou.

Ela assentiu, pensativa, e continuamos nesse ritmo, uma espécie de dança silenciosa entre nós.

– Acha que a gente teria se encontrado de outro jeito? — perguntou, quase como se fosse uma reflexão em voz alta.

– Não sei. — respondi, mas com um tom mais suave. – Mas talvez a gente estivesse destinado a se encontrar, de qualquer forma.

Os olhos dela brilharam um pouco, um reflexo do que eu estava sentindo. Era como se estivéssemos dizendo muito mais do que as palavras permitiam.

– Talvez. — ela concordou, o tom suave. – Ou talvez a gente só esteja seguindo o fluxo.

– De qualquer forma, estou feliz que a gente tem se entendido mais ultimamente. — admiti, sentindo a sinceridade nas minhas palavras.

Ela não respondeu de imediato, mas o sorriso que se formou em seus lábios era resposta suficiente.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora