013.

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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

DOIS DIAS DEPOIS

– Lembra daquele envelope que eu achei no armário dele lá no CT? — sento em frente a Carol em sua mesa. – Eu descobri que esse símbolo, é uma assinatura. Uma rubrica.

Carol encara a foto do envelope na mesa e estreita os olhos bem em cima da assinatura aonde eu apontei com o dedo.

– Tá, mas... E aí? — franzi o cenho.

– Como assim e aí? — imito, franzido o cenho também. – Se eu descobrir quem assinou isso, já é meio caminho andado.

– A gente precisa do envelope em mãos, Ayla. Não dá pra ficar fazendo investigação só pela foto.

– Mas como eu vou conseguir o envelope de volta? — cruzo os braços. – Richard tá na minha cola. Provavelmente ele já até sabe que eu tô investigando ele.

– Acho que isso não. — ela nega com a cabeça. – Se ele sabe, por que te mantém por perto?

Mesmo com tudo que está acontecendo, tem uma coisa sobre a qual eu ainda não falei com a Carol: a atração bizarra entre mim e o Richard. Ela é minha rocha, sempre esteve do meu lado, e tenho certeza de que me entenderia. Mas decidi não contar sobre essa parte. Não é que eu não confie nela, é que... não sei, parece complicar ainda mais as coisas. Ela tem se dedicado tanto a me ajudar, e eu não quero adicionar mais um drama nesse mix. Além do mais, eu mesma estou tentando entender o que sinto.

Então, por enquanto, isso é algo que vou guardar só pra mim. Prefiro focar na nossa missão e na confiança imensa que tenho na Carol. Juntas, a gente vai desvendar se o Richard está mesmo envolvido nisso. E quem sabe, no caminho, eu também não acabe desvendando um pouco mais sobre mim mesma.

– O Richard foi convocado pra jogar pela seleção colombiana. Ele vai estar fora e a casa vazia daqui a dois dias. — anuncio, cortando o silêncio e tentando manter a calma.

Carol arregala os olhos, surpresa com a notícia.

– Nossa, isso é ótimo, Ayla. E... isso significa uma oportunidade pra você, não é?

– Exato. — concordo, um pouco hesitante. – Estou pensando em entrar lá enquanto ele estiver fora. Sabe, pra procurar mais informações. Mas pra isso, vou precisar fazer uma cópia da chave da casa.

– Isso é perigoso. Como você vai conseguir a chave? — ajeita a postura pra me encarar melhor.

– Ele tem uma chave extra no escritório, para emergências. Planejo pegá-la, fazer a cópia, e devolver sem ninguém perceber. — explico, meu plano soando mais arriscado em voz alta.

– Olha, eu sei que isso é algo que você sente que precisa fazer. E eu estou aqui por você, Ayla. Mesmo que não possa estar lá fisicamente pra ajudar, você tem todo o meu apoio moral. — sorri com os lábios. – Só... por favor, seja cuidadosa.

– Obrigada, Carol. Significa muito pra mim ter o seu apoio. E eu prometo, vou ser o mais cautelosa possível. — digo, sentindo uma mistura de gratidão e determinação.

– Eu sei que vai. — ela diz, sorrindo de forma encorajadora. – E depois, quando você voltar, me conte tudo. Eu vou estar aqui, pronta pra ouvir e ajudar no que for possível.

Nesse momento, apesar do peso da tarefa à minha frente, sinto-me um pouco mais leve. Hoje temos uma última fisioterapia na casa dele, vamos conferir os exames da sua lesão e se ele realmente está 100% pra jogar. Vai ser a única oportunidade de estar dentro da casa dele antes da sua viagem com a seleção da Colômbia, então, não posso falhar.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora