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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒

Ser chamado de cantinho pelo presidente da confederação colombiana foi uma das top três piores sensações que eu já senti. Mesmo imaginando o porque da "convocação" até sua sala, eu o sigo pelos corredores com as mãos suando.

Siéntate, ponte cómodo. (Senta, fica a vontade.) — ele diz, estendendo a mão pra cadeira em frente a mesa.

Sentar eu até me sento, mas ficar a vontade é pedir demais.

¿Cómo puedo ayudarlo señor? (Em que posso ajudar o senhor?) — pergunto, a voz arrastando pela minha garganta.

¿Realmente no lo sabes? (Você realmente não sabe?) — estreita os olhos e eu engulo em seco. – Bueno, pensé... (Bom, imaginei...) — percebe meu nervosismo e junta às suas mãos sobre a mesa. – Quién soy yo para juzgar tu vida personal, Richard Ríos... (Quem sou eu pra julgar sua vida pessoal, Richard Ríos...)

¿Puedo defenderme? (Eu posso me defender?) — adianto, e ele levanta a mão me interrompendo.

No era una pregunta, Richard. No estoy aquí para juzgarte, no soy Dios. (Não foi uma pergunta, Richard. Não estou aqui pra te julgar, não sou Deus.) — ri pelo nariz. – Sin embargo, como presidente de la confederación, es mi deber mantener ciertas cosas en absoluto secreto. (Porém, como presidente da confederação, é o meu dever manter certas coisas em sigilo absoluto.)

Fico um pouco envergonhado por ele me ver como uma das sujeiras que ele esconde da federação. Qual é? Não é pra tanto... É?

Con eso en mente, no quedará excluido de la Copa América. Pero quiero que resuelvas esto de la forma más rápida y confidencial posible. (Pensando nisso, você não será cortado da Copa América. Porém quero que resolva de forma mais rápida e confidencial possível.)

Acenti com a cabeça enquanto ele arrasta um envelope da mesa até minhas mãos.

Muchas gracias. ¿A quién debo agradecer? (Muito obrigado. A quem mais eu devo agradecer?)

Al pueblo colombiano. Gana esta Copa América! (Ao povo colombiano. Ganhe essa Copa América!) — abre um sorriso e estende a mão para um toque.

Saí da sala com o coração pesado, mas determinado. Eu sabia que a situação estava complicada, mas pelo menos agora eu tinha uma chance de resolver as coisas e seguir em frente.

Assim que cheguei ao meu quarto, sentei na cama com o envelope nas mãos, o suor escorrendo pelas minhas têmporas. Abri o papel com cuidado, o som do papel rasgando ecoando no quarto de luz fraca.

Dentro do envelope, encontrei uma convocação judicial. As palavras "deve se apresentar ao tribunal" saltaram aos meus olhos. Mais abaixo, a data: duas semanas a partir de agora. Coincidindo exatamente com o dia seguinte à final da Copa América.

Senti um frio na espinha. O peso da responsabilidade parecia dobrar. Eu tinha duas semanas para dar o meu melhor em campo e, depois disso, enfrentaria a justiça. A pressão enorme espremendo meu peito

Respirei fundo, tentando me acalmar. Me joguei na cama, exausto, a mente girando com pensamentos sobre Ayla e tudo o que estava acontecendo na minha vida. O som da chuva forte avisando um possível tornado batendo contra as janelas do hotel era hipnotizante, e logo acabei cochilando.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora