𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.

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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

UMA SEMANA DEPOIS

Hoje é meu último dia de "estágio" no CT do Palmeiras, que coincidentemente é no dia da despedida do Endrick. Então o CT está meio quieto. Caminho pelos corredores com uma mistura de emoções, pensando em tudo que vivi aqui durante esse tempo.

Meus passos ecoam no chão enquanto me aproximo do campo, onde vejo alguns jogadores conversando em voz baixa. A presença de Endrick é notável, mesmo em meio à quietude. Ele está rodeado por alguns colegas, todos visivelmente afetados pela despedida iminente.

Tento me concentrar nas minhas últimas tarefas, mas minha mente continua voltando para Richard. A semana foi cheia de altos e baixos emocionais. Após aquela noite intensa, as coisas ficaram um pouco mais calmas entre nós, mas ainda sinto um peso no peito.

Não contei pra ninguém que hoje é meu último dia, odeio despedidas e até por isso quase não conversei com o Endrick. Prefiro sair sem chamar atenção, deixar que as coisas sigam seu curso sem grandes dramas. Caminho até a sala de fisioterapia, onde ainda tenho algumas coisas para organizar.

Enquanto estou lá, escuto risos e conversas do lado de fora. É difícil não se envolver com a energia dos jogadores, mesmo que hoje esteja mais melancólica. Tento focar no trabalho, mas a mente continua divagando.

Decido sair um pouco e pegar um ar, talvez isso ajude a clarear os pensamentos. No caminho, passo pelo vestiário e vejo que a porta está entreaberta. Dentro, Endrick está sentado sozinho, mexendo no celular, com uma expressão pensativa.

Paro por um momento, observando-o. Ele percebe minha presença e levanta o olhar, oferecendo um sorriso tímido.

– Como você está? — pergunto, tentando soar casual.

– Bem... acho. Só pensando em tudo. — ele responde, dando de ombros.

– Vai ser uma grande mudança, hein? — me aproximo, me sentando ao lado dele.

– É, vai sim. Mas faz parte, né? — ele sorri de novo, dessa vez um pouco mais confiante.

Nós dois ficamos em silêncio por um tempo, cada um perdido em seus próprios pensamentos. A despedida dele me faz refletir sobre a minha própria, e sobre como, às vezes, precisamos deixar coisas importantes para trás para seguir em frente.

– Pensei que você não fosse se despedir de mim, parece que tá me evitando. — ele diz, meio cabisbaixo.

– Desculpa, Endrick. É que eu odeio despedidas. — assumo, olhando pras minhas mãos inquietas sobre o meu colo.

– Calma também, pô. Eu não vou morrer. — ele faz graça, arrancando uma risada de mim. – Você pode me visitar em Madrid quando quiser, é só me avisar.

– Vou cobrar essa. — brinco, tentando disfarçar a tristeza.

– E eu vou te cobrar também. Quero ver você aparecendo por lá, tá? — ele diz, mais sério desta vez. – Você foi importante pra mim aqui, não quero perder contato.

– Você também foi importante pra mim, Endrick. — admito, sentindo um nó se formar na garganta. – Vou sentir falta de você.

Ele sorri, aquele sorriso genuíno que sempre iluminava o ambiente.

– Eu também vou sentir falta, mas é só um até logo. A gente vai se ver de novo, eu prometo. — ele se levanta, me puxando para um abraço apertado.