012.

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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒

Me amarro em mulher marrenta. E isso a Ayla tem marra de sobra. Toda aquela cena no campo, aquela troca de farpas... Eu não consigo tirar da cabeça. Ela tem essa faísca, esse fogo, que só me faz querer provocá-la mais e mais. Então, quando ela entra no vestiário, todo mundo para pra olhar. Ela caminha direto até mim com aquele olhar determinado que começo a reconhecer bem. Sem dizer uma palavra, joga as chaves no meu colo.

A surpresa toma conta de mim, mas não deixo transparecer. Antes que ela possa virar as costas e sair, consegue dizer, "Presta mais atenção nas suas coisas." E me lança um olhar por cima do ombro, aquele olhar que diz muito sem precisar de palavras, e sai, deixando um rastro de tensão no ar. Eu sorrio.

E mal consigo prestar atenção na chave em meu colo antes da zoeira começar. Os caras não perdem tempo, já vêm com aqueles comentários de sempre, dizendo que tá rolando um clima entre a gente, um tal de amor e ódio que só eles estão vendo.

– Olha lá, o colombiano tá querendo brincar de médico. — Endrick solta, seguido por risadas gerais.

Eu apenas reviro os olhos, tentando não dar muita bandeira de que, no fundo, as provocações até que têm um fundo de verdade. Mas, claro, eu não daria o braço a torcer ali, na frente de todo mundo.

– Vocês estão assistindo muito filme. — respondo, negando com a cabeça. – Não têm nada rolando. Ela claramente me odeia.

A verdade é que ela me tira do sério, mas de um jeito que nenhuma outra conseguiu até agora. É desafiador, é excitante. E por mais que eu tente manter a pose de durão, algo nela me intriga, me puxa pra perto mesmo quando a gente se estranha.

Mas claro, não vou admitir isso em voz alta. Ao invés disso, apenas pego as chaves, dou de ombros. Com isso, saio do vestiário, deixando os comentários e risadas para trás, mas levando comigo aquele sentimento confuso de querer encarar novamente aquele desafio que ela me apresenta. Não sei bem onde isso vai dar, mas estou disposto a descobrir.

Ontem, quando deixei ela sozinha naquele lugar, foi algo programado. Algo mandado. Afinal, eu entrei nisso sabendo aonde ia me meter e aparentemente vai ser muito difícil sair.

Deixá-la sozinha foi uma jogada calculada, parte de um plano maior que eles tinham em mente. Desde o início, eu sabia que me envolver nessa história seria complexo, mas nunca imaginei que as coisas se complicariam tanto. Agora, estou nesse impasse, tentando descobrir a verdade sobre ela. As pessoas falam, os rumores correm, mas o que realmente é verdade? Ela é quem diz ser?

Essas perguntas não saem da minha cabeça, e quanto mais tento ignorar, mais intrigado fico. Preciso de respostas, e pelo visto, a única maneira de obtê-las será enfrentando ela.

A noite já estava caindo quando cheguei em casa, a luz suave do entardecer se misturando com os primeiros lampejos das luzes da cidade. Tinha um ar de expectativa, quase como se a casa também estivesse se preparando para a chegada de Ayla. Eu me peguei arrumando o lugar, algo raro, considerando o meu habitual desdém por tarefas domésticas. Mas hoje era diferente; ela estaria aqui, e por algum motivo, isso parecia importar mais do que deveria.

Eu me certifiquei de que tudo estivesse em ordem, as toalhas limpas dispostas no banheiro, os equipamentos de fisioterapia organizados de maneira acessível. Até a iluminação eu ajustei, tentando criar um ambiente que fosse acolhedor, mas sem parecer que eu tinha me esforçado demais pra isso.

Com tudo pronto, tomei um banho rápido, trocando o uniforme de treino por algo mais confortável, mas que demonstrasse um mínimo de esforço. Sentado no sofá, esperando sua chegada, percebi que meu coração batia um pouco mais rápido do que o normal. Era estranho, essa antecipação, esse nervosismo. Não era a primeira vez que ela vinha aqui, mas algo me dizia que está noite seria diferente. E eu estava prestes a descobrir exatamente o quanto.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora