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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

UMA SEMANA DEPOIS

Quando eu disse que aceitava ajudar Richard na recuperação em casa, eu não pensei que o horário disponível dele fosse só a noite.

Isso definitivamente complicou as coisas. Eu, ajudando o Richard na recuperação, à noite, na casa dele. Soa como o início de um filme que não é exatamente sobre fisioterapia. Mas aí está, a linha entre o profissional e o... não tão profissional, parece que vai ficar ainda mais turva. Eu só espero conseguir manter o foco no que realmente importa aqui: a investigação. Porque, honestamente, essa situação toda tá parecendo uma receita certa para o desastre.

Bato na porta esperando com que ele abra, o porteiro do condomínio já anunciou minha chegada e eu esperava que o querido me atendesse rápido. Mas aparentemente, ser rápido não é o forte dele.

Depois de uns bons minutos, que mais parecem horas quando você está parado em frente a uma porta, finalmente escuto passos se aproximando do outro lado. A porta se abre devagar, e lá está Richard, com um sorriso meio de lado, como se soubesse exatamente o efeito da espera.

– Desculpa pela demora. — ele dá espaço pra eu entrar. – Estava terminando umas coisas.

Entrando na casa dele, eu tento manter uma postura profissional, mas é difícil ignorar o ambiente pessoal, o jeito como ele me olha, como se estivesse me avaliando.

– Quer alguma coisa? Água? Suco? Gin? — sugere. – Um banho...?

– Oi? — me faço de desentendida.

– Banho, gin, sei lá. Você parece tensa, só estava pensando em algo pra relaxar. — ele dá de ombros, o sorriso ainda presente, mas agora com um toque de provocação.

– Água está ótimo, obrigada. — tento manter o foco, lembrando que estou aqui por trabalho, mesmo que a sugestão dele por um momento pareça tentadora demais.

Richard acena com a cabeça e vai até a cozinha, me deixando sozinha na sala por um instante. Enquanto espero, tento absorver o ambiente, me preparar para o que estou aqui para fazer. Mas a ideia de um banho ou gin... Não, foco.

Ele volta com uma garrafa e um copo de água na mão, apoia eles em cima da mesa e me chama com o dedo.

– Vem aqui. — ele diz, indicando o espaço ao seu lado no sofá.

Relutante, mas consciente de que parte do meu trabalho envolve interagir de perto com ele, me aproximo e sento na ponta do sofá, o mais distante possível dele. Ele percebe a distância, abre a garrafa e serve a água em um copo, estendendo-o na minha direção.

– Você sabe que eu não mordo, né? — ele ri, achando graça da minha cautela.

– Nem se eu pedir? — escapa da minha boca antes mesmo que eu perceba o que estou dizendo.

Richard levanta uma sobrancelha, visivelmente surpreso com minha resposta, mas o sorriso que se forma em seus lábios é de pura provocação.

– Isso aí já é um pedido especial. — ele se aproxima, diminuindo o espaço entre nós. Seu tom é brincalhão, mas seus olhos brilham com uma intensidade que faz meu coração acelerar. – Vamos ter que negociar os termos.

Eu engulo em seco, sentindo o calor subir pelo meu pescoço. "O que eu fui dizer?", penso, tentando manter a compostura.

– E quais seriam esses termos? — arrisco, me lembrando especificamente do toque que a Carol me deu sobre ficar mais "próxima" dele.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora