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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

~ Lugar desconhecido | SP

O trajeto no carro de Richard foi estranhamente silencioso, cada segundo se estendendo como se o tempo tivesse se dilatado. Ele mantinha o foco na estrada, os músculos de seu maxilar tensionados, enquanto eu me encolhia no banco do passageiro, envolta em uma nuvem de ansiedade.

A escuridão lá fora parecia refletir a confusão dentro do carro. Meu coração batia rápido, não só pela proximidade forçada, mas pela consciência de que, se ele tivesse descoberto algo sobre minha investigação e decidisse me fazer mal, eu não tinha nada comigo para me defender. A ironia da situação não me escapava - eu, que tinha ido até as últimas consequências para descobrir seus segredos, agora me encontrava vulnerável ao lado dele, sem nenhuma palavra sendo trocada.

Essa ausência de comunicação só aumentava a tensão, deixando-me com mil perguntas sem resposta. O que ele sabia? O que ele pretendia fazer? Por que esse silêncio tão pesado? Cada minuto que passava sem uma explicação só servia para alimentar minha imaginação, que se contorcia com cenários sombrios.

E ainda assim, parte de mim se recusava a acreditar que ele realmente me faria algum mal, apesar de toda a precaução ser pouco quando se está tão exposto.

- Desce do carro. - ele manda e eu escuto o barulho do cinto sendo destravado.

Lá fora tá muito escuro, não enxergo nada e pelo cheiro de mato que envolve o lugar, eu diria que é bem longe da civilização.

- O que você vai fazer comigo? - pergunto, ele não me responde. - O QUE VOCÊ VAI FAZER COMIGO, RICHARD?

Ele abre o meu lado da porta no carro me segurando por trás da nuca e me puxando pra fora. Minhas costas doem quando ele me joga de volta contra o metal gelado do carro.

- Você têm merda na cabeça? - a irritação é visível na sua voz e a mão envolve meu pescoço. - Insistente, teimosa, escandalosa...

- O que mais? Vai me chamar de vagabunda também? - minha voz saí rouca e baixa pela força que sua mão aperta meu pescoço.

A mesma mão estala um tapa com vontade no meu rosto, esquerda, dói, arde. Meus lábios formam um sorriso involuntário e isso parece irritar ainda mais o Richard.

- Isso não era pra acontecer, não era pra você tá no meu caminho. - sussurra, os lábios encostam na bochecha aonde ele bateu.

- Eu não queria tá no seu caminho. Nunca quis. - sussurro de volta. - Por favor, me deixa...

Minha frase é interrompida por um beijo bruto, feroz. Richard devora meus lábios, se enrola na minha língua. Não é apenas um toque, mas uma colisão de universos, cada um carregando seus próprios demônios e desejos ocultos. Ele me beija com uma urgência que fala de noites insones e sonhos proibidos, um beijo que rasga o véu da realidade e me transporta para um lugar onde apenas ele exista. É um beijo que oscila na linha tênue entre a paixão e a dor, entre a salvação e a perdição.

Me perco nele, e ele em mim, num momento que é só nosso, distante das sombras que nos rodeiam. É mais que um simples toque de lábios; é uma promessa muda de algo mais, uma conexão profunda que não precisa de palavras para ser entendida. Nesse instante, nada mais importa, só esse elo que nos une, essa urgência, esse desespero de estar um no outro, como se fosse a única coisa real em todo o universo.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora