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𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒

Espero Ayla na entrada do prédio, encostado no meu carro, a impaciência tomando conta de mim mais do que gostaria de admitir. A noite promete e, sabendo que ela "concordou" em vir comigo, só aumenta a expectativa pelo que está por vir.

Quando a porta se abre e ela aparece, sinto algo parecido com um soco no estômago... Porra, que desgraçada bonita.

A mini blusa vermelha de frio que ela escolheu destaca perfeitamente contra sua pele, a cor vibrante chamando atenção instantaneamente. O decote cavado o suficiente para revelar seus seios fartos , faz um contraste intenso com a saia preta que ela usa. A saia, colada e destacando cada curva das suas coxas, termina em um comprimento provocante, prometendo e escondendo ao mesmo tempo.

É difícil não notar o modo como a roupa acentua cada aspecto do seu corpo, da curva suave da sua cintura às pernas bem definidas. A maneira como o tecido da blusa se tensiona levemente com cada movimento, e como a saia parece desenhada especificamente pra ela, me fazem apreciar ainda mais a vista.

A combinação é letal. "Conveniente", penso, um sorriso involuntário surgindo em meus lábios ao perceber o duplo sentido. Ayla escolheu uma roupa que grita confiança, mas ao mesmo tempo, a escolha parece incrivelmente inconveniente para o meu autocontrole.

– Incoveniente. — comento, a palavra escapando num murmúrio apreciativo, enquanto meus olhos percorrem cada detalhe da roupa que parece uma promessa velada de tudo que a noite ainda pode trazer.

Ela para, me lançando um olhar interrogativo, claramente pegando o duplo sentido da minha observação.

– Incoveniente? — repete, claramente pronta pra rebater qualquer implicância minha.

– Claro. — confirmo, permitindo que meu olhar se demore um pouco mais do que o necessário. – Você quer que eu perca o controle na frente dos meus amigos.

Ela ri, um som que ressoa entre nós, carregado de flerte e provocação. Caminha até mim, cada passo um estudo em equilíbrio e tentação, e se detém apenas a um fôlego de distância.

– Não era minha intenção, mas já que você se sentiu assim... Aprecie. — diz, um sorriso travesso dançando em seus lábios antes de abrir a porta do carro e entrar.

Odeio a maneira como ela me afeta, o jeito que ela parece saber como mexer com minha cabeça me tira do sério.

Durante o caminho ficamos em completo silêncio, percebo que não temos muito assunto além dos flertes e das trocas de farpas casuais. Fico pensativo sobre se devo puxar um assunto e tentar mostrar que não sou tão "babaca" quanto aparento ser.

– Então... — raspo a garganta. – Como foi seu dia?

Meus olhos estão focados no volante do carro, mas pela minha visão periférica consigo ver Ayla me entreolando de canto absurdamente desconfiada com a pergunta.

– Você sabe como foi meu dia, passo quase o tempo todo dentro daquele centro de treinamento. — ela me responde, seca, já cortando qualquer oportunidade de uma conversa continua.

Não posso reclamar também, nunca conversamos como dois adultos normais que trabalham juntos e que às vezes... Transam.

Mas, não consigo ficar quieto. Não vou deixar ela me tratar assim.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora