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𝐀𝐘𝐋𝐀 𝐌𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍𝐄𝐆𝐑𝐎

Eu não sei de mais nada, parece que toda vez que eu me aproximo de descobrir algo, tudo desaba em cima de mim de novo. Carol, uma amiga que eu tanto confiei nesses anos trabalhando juntas na delegacia, agora, não se passa de uma estranha para mim.

Sobre o Richard... Nem preciso dizer, não consigo confiar, parece que está sempre tentando me manipular e sair por cima de qualquer situação. Tenho a impressão de que o único momento que ele é sincero comigo é quando estamos na cama, e sinceramente, pra mim isso é quase nada.

Depois que os dois saíram da minha casa, eu só consegui chorar, me perguntando como as coisas tinham chegado àquele ponto. Me sinto perdida, como se a cada revelação, um pedaço do mundo que eu conhecia desmoronasse um pouco mais. Era difícil saber quem estava dizendo a verdade e em quem confiar.

Depois de horas perdida em lágrimas e pensamentos tumultuados, mal percebi como o tempo voou. Quando olhei no relógio, a tarde já havia se transformado em anoitecer, e a reunião na delegacia estava prestes a começar. Rapidamente, sequei as lágrimas, tomei um banho revigorante e escolhi uma roupa que transmitisse alguma segurança: uma calça jeans escura por cima de uma camisa social feminina branca.

Meu telefone vibrou, e era Verônica me mandando mensagem, avisando que já estava me esperando lá embaixo. Agradeci mentalmente por não ter que enfrentar a noite sozinha.

Desci as escadas do prédio e encontrei com ela já me esperando no carro.

– Tudo bem? — ela pergunta assim que eu entro.

– Por que? A maquiagem não disfarçou que meu dia foi péssimo?

Verônica ri mesmo com o semblante de preocupação.

– Bom, se você se sentir confortável pra me contar o que aconteceu... Fiquei a vontade. — me oferece um sorriso.

– Obrigado Ve, mas ultimamente eu acho que tenho que aprender a ficar mais calada. — suspiro fundo.

– Eu entendo, mas não se feche demais, tá? — Verônica responde, dando partida no carro. Ela manobra pelas ruas enquanto o silêncio se instala novamente entre nós. Depois de alguns minutos, ela parece não aguentar mais. – Você lembra quando eu te disse que tinha uma informação que vai nos ajudar muito na investigação?

– Nossa, sim. — ajeito minha postura no banco. – Me fala, o que a melhor hacker do mundo descobriu?

Verônica solta uma gargalhada enquanto estica o braço até o guarda volumes do carro, abrindo e me entregando uma tela minúscula, parece um celular super pequeno.

– Que isso? — pergunto, pegando no objeto.

– São suas informações desde o dia que entrou na delegacia. — me responde com uma simplicidade que não condiz com a notícia. – Tem alguém na delegacia que vigia você a muito tempo, e essa pessoa tem passado todas as informações da investigação pra alguém.

– Pro Richard?

– Não. Acredito que seja alguém maior. — coça o nariz. – Olha Ayla, essa informação é muito grande, mas você não pode entregar ela pra ninguém dentro daquela delegacia. A gente não sabe qual deles está envolvido.

– Isso é insano, Ve. — digo, enquanto passo o dedo pela tela minúscula, tentando absorver o peso daquelas informações. – Como isso foi parar nas mãos deles?

– É parte do que precisamos descobrir. — Verônica responde, séria. – Mas agora, nossa prioridade é proteger você e garantir que isso não caia em mãos erradas.

𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐈𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋. - 𝐑𝐈𝐂𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐑Í𝐎𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora