trinta e três

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BIA 

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Mavi: Obrigada papai do céu, pedi um almoço e ganhei um banquete

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Mavi: Obrigada papai do céu, pedi um almoço e ganhei um banquete. - disse gravando seu prato de comida e eu ri.

Terminei de comer primeiro e fiquei esperando a Maria que a cada mastigada falava sobre algo diferente. Era muito bom estar perto dela, principalmente em um dia ruim, Mavi conseguia fazer você rir facinho falando a maior atrocidade que naquele momento você acharia engraçado.

Tirei meu notebook da bolsa e liguei ele pra rever algumas coisas. Odiava ser tão ligada ao trabalho assim, mais se eu não for eu sinto que estou fazendo as coisas pela metade.

Mavi: Para de trabalhar um pouco Bia, descansa.

Bia: Trabalhar muito essa semana pra não dar espaço pra maluquice. - ela riu.

Mavi: Quais os planos pra hoje?

Bia: Trabalho e mais trabalho...já falei trabalho?

Mavi: Não esquece que hoje tem o futebol dos meninos. - olhei pra ela confusa. - Não tava sabendo?

Bia: O Lennon comentou comigo mais acho que não falou sobre o dia. Você vai? - ela assentiu. - Tem que lembrar de olhar o espaço para as fotos da semana que vem. Quer que eu fale com a Gabi ou você vê isso?

Mavi: Eu quero que você desligue esse computador e preste atenção em mim.

Bia: Mais eu tô prestando. - ela bufou e fechou o meu notebook.

Mavi: Você não quis falar sobre o Lennon mais cedo e nem agora, respeito sua escolha. Só que você não pode ficar fingindo que está tudo bem quando não está. Isso só faz você ficar mal cada vez mais.

Bia: Tô tentando ocupar a mente pra não pensar na situação e ficar mal de novo.

Mavi: Tá tudo bem ficar mal, faz parte ué. Se você ficar reprimindo seus sentimentos toda vez, o que você tá sentindo aí vai só piorar.

Bia: Você sempre faz as coisas ficarem leves. - sorri e ela retribuiu. - Obrigada por isso.

Mavi: Que fofa! - apertou minhas bochechas. - Agora devolve aquela cavala que eu chamo de melhor amiga. - mostrei o dedo pra ela.

Bia: Vamos? - ela assentiu e eu me levantei junto com ela.

Mavi: Não quer aproveitar que estamos aqui e vai demorar, pra ir na cafeteria do lado buscar nossa sobrevivência diária? - ri.

Observei que ia demorar mesmo para chegarmos ao caixa pelo tamanho da fila a nossa frente.

Mavi: Deixa o almoço por minha conta, você paga os cafés.

Bia: Vou te esperar lá fora. - ela assentiu e então eu deixei o restaurante, me digirindo a cafeteria super fofa que tinha ao lado.

Fiz meu pedido e assim que peguei os cafés senti um impacto no ombro esquerdo, que me fez derrubar um pouco do líquido na minha blusa, que por sorte era preta.

Bia: Merda! - murmurei.

— Me desculpa, moça! - reconheci a voz e olhei pra frente torcendo para não ser quem eu pensava que fosse.

Bia: Pai? - o olhei surpresa e o mesmo não estava com uma expressão diferente.

Bruno: Bianca. - sorriu fraco e meio sem jeito. - Não era dessa forma que eu pensava em ver você. - confessou.

Bia: Não teve tempo em 10 anos de pensar em como seria nosso reencontro? - perguntei sarcástica.

Bruno: A gente tem muito pra conversar. - ri incrédula.

Bia: Você acha? - deixei a pergunta no ar e me dirigi ao caixa, enquanto sentia ele me acompanhar com o olhar.

Paguei os cafés querendo sair dali o mais rápido possível, deixei até o troco pra moça do caixa. Cheguei na rua respirando fundo e torcendo pra sumir.

Bruno: Espera filha. - congelei ao ouvir sua voz atrás de mim e me virei sentindo uma vontade de enorme de chorar.

Bia: Não me chama assim...por favor. - disse com a voz já embargada.

Bruno: Não vai embora, eu vim pro Brasil só por sua conta.

Bia: Meio tarde não acha? - ele abaixou a cabeça.

Bruno: Nunca é tarde pra correr atrás do erro. - tentou se aproximar de mim mais eu recuei. - Por favor, Bianca.

Mavi: Bia, vamos? - me chamou e eu olhei pra trás assentindo.

Bia: Tenho que ir. - ele me olhou com os olhos perdidos.

Bruno: Eu não vou desistir de ir atrás do seu perdão. - disse e em seguida saiu dali.

Neguei com a cabeça e bufei.

Mavi: Você tá bem?

Bia: Uhum. - murmurei indo em direção ao carro.

Mavi: Quem era aquele? - parei de andar e olhei pra ela.

Bia: Meu pai.

[...]

Abri os olhos quando ouvi o barulho da porta do meu quarto sendo aberta. Me virei na direção dela e vi a Mavi entrar.

Ela havia cancelado todos os meus compromissos da parte da tarde, alegando que eu não estava bem e eu realmente não estava.

Eu já não estava bem e ter visto o meu pai depois de 10 anos sem contato algum, foi o que precisava para piorar tudo.

Cheguei em casa, tomei um banho gelado e deitei na cama me aconchegando no colo da minha melhor amiga, que ficou comigo o tempo inteiro enquanto eu me permitia chorar.

Mavi: Tá melhor? - assenti enquanto me levantava.

Bia: Que horas são?

Mavi: Mais de nove da noite, você dormiu bastante.

Bia: Acho que foi o efeito do remédio que eu tomei. - ela assentiu. - Não vai no jogo dos meninos?

Mavi: E deixar você mal em casa?

Bia: Eu não estou mal, já disse que melhorei.

Mavi: Então você pode ir comigo. - ri fraco. - Odeio te ver assim.

Bia: Vou ficar bem, vai lá eu sei que você quer muito ir.

Mavi: Tem certeza que tá bem mesmo? - assenti. - Eu vou, mais não vou demorar.

Bia: Tá parecendo minha mãe. - brinquei fazendo ela revirar os olhos.

 𝗧𝗘𝗨 𝗢𝗟𝗛𝗔𝗥 - L7NNON Onde histórias criam vida. Descubra agora