cinquenta

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BIA

Caminhei pela a praia sentindo a sensação gostosa da areia. Fiquei parada e deixei meus pés molharem com a água que vinha.

A maré estava alta mas o que mais me chamava a atenção, era o nascer do sol que estava a coisa mais linda.

Avistei o meu pai um pouco mais na frente liderando um grupo de idosos, me aproximei fazendo-o notar a minha presença e dar um sorriso.

Ele falou alguma coisa pro grupo dele e após isso, caminhou até mim.

Bruno: Oi. - sorri fraco. - Fico feliz que você veio.

Bia: A gente pode ir comer alguma coisa?

Bruno: Claro! Vou só terminar a aula e a gente vai. - assenti e ele voltou.

Fiquei esperando ele cerca de uns cinco minutos. Quando ele acabou, decidimos ir comer no quiosque aqui da praia que já estava perto.

Bruno: Uma omelete completa e um copo de suco de laranja.

Bia: Pra mim pode ser uma vitamina de açaí. - sorri simpática pra garçonete que anotou tudo.

Percebi ela parada ainda me encarando e franzi a sobrancelha sem entender.

— Desculpa. - sorriu sem graça. - Posso tirar uma foto com você? - ri.

Bia: Claro, vem cá! Tira pra gente por favor, pai. - ele assentiu e ela entregou o telefone para ele.

Passei o meu braço atrás dela e sorri.

Bruno: Aqui. - devolveu o telefone e ela analisou a foto.

— Obrigada! - sorriu e eu retribui o sorriso. - Já venho com o pedido de vocês. - assentimos e ela saiu

Bruno: Pode parar de sorrir já, vai ficar com a boca doendo. - brincou e eu ri.

Bia: Não dou conta. Nunca vou me acostumar com o carinho que as pessoas tem comigo.

Bruno: É o teu sonho né? Desde menina falava que ia ser famosa quando crescesse. - assenti.

Bia: Voe lembra de muita coisa pelo visto.

Bruno: Nunca me esqueci de nada Bianca, mesmo longe não deixei de ficar sem notícias suas e acompanhei teu início na internet. - sorri fraco. - Obrigado.

Bia: Pelo o que? - perguntei confusa.

Bruno: Por estar aqui comigo mesmo depois de tudo o que eu fiz.

Bia: Não quero ficar relembrando o passado.

Bruno: Você tá certa.

Bia: Tá morando aonde?

Bruno: No Recreio, aluguei um mini apê por lá por que é só eu, talvez eu vá atrás de um pet.

Bia: E depois plantas e mais plantas. - rimos. - O que você exatamente faz aqui na praia com a terceira idade?

Bruno: Voltei a exercer minha profissão de educador físico que ficou parada lá nos Estados Unidos. - assenti. - Todas as terças e quintas a gente se encontra aqui às cinco e fazemos um funcional pesado. Vem fazer uma aula experimental na quinta. - ri e neguei com a cabeça.

Bia: Não tenho esse pique de acordar cedo.

Bruno: Bom...você tá aqui né?

Bia: Por que você me chamou. - retruquei o fazendo rir.

Bruno: Talvez você tenha um ponto. - sorri e olhei pro meu telefone que vibrava na mesa com uma ligação do Lennon.

Meu pai olhou curioso pro telefone e em seguida pra mim porém ficou quieto, acho que esperando eu falar alguma coisa.

Eu fiquei imóvel sem saber qual atitude tomar, atender ele ou não. Parecia uma atitude imatura desligar a chamada, só que nesse momento eu queria curtir com o meu pai algo que eu não tive por anos e não queria trocar curtas palavras com o Lennon e sim conversar pessoalmente.

Quando pensei em atender a chamada ela caiu e os nossos pedidos chegaram.

Foquei na minha vitamina, enquanto ouvia meu pai contar sobre as aventuras dele no Texas.

Assim que parou de me contar, eu desviei o meu olhar pra praia, foquei meu olhar em um cara que saía do mar com uma prancha embaixo do braço e que era semelhante ao Lennon. Fui ter a confirmação de que era ele quando o mesmo me olhou, não estava surpreso provavelmente ele já havia me visto por isso que havia me ligado.

Ficamos nos encarando até ele desviar o olhar pro meu pai.

Bia: Pai eu vou ali rapidinho e já volto.

Bruno: Tá bom. - murmurou curioso.

Me levantei e saí do quiosque indo ao encontro.

Lennon: Oi. - sorriu fraco assim que eu me aproximei.

Bia: Oi Lennon.

Lennon: Como você tá? - desviei o olhar e ele suspirou. - Tô ligado que a gente precisa conversar, só que não vai ser agora.

Bia: Você sempre aonde me encontrar.

Lennon: Vou em casa tomar uma ducha e venho te buscar. - assenti.

Mencionei voltar pro quiosque e ele me segurou me impedindo, ele deu um beijo na minha testa, pegou no meu rosto e olhou no fundo dos meus olhos.

Lennon: Eu te amo preta. - senti meus olhos marejarem.

Bia: Eu também te amo.

 𝗧𝗘𝗨 𝗢𝗟𝗛𝗔𝗥 - L7NNON Onde histórias criam vida. Descubra agora