Um Ato de Amor

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Narrador: Depois de 1 mês e pouco sem contato com Malu, Daniela começou a fazer shows com as novas músicas do cd que iriam lançar. Sentia um aperto no coração por não ter a jornalista por perto para compartilhar a alegria, já que ela havia lhe dado tanto apoio quando a cantora lhe contou sobre o projeto:

- Que saudades de você, Malu - confessou pra si própria ao se olhar no espelho enquanto fazia a maquiagem - queria tanto dividir com você esse momento - quase chorou e borrou o que estava fazendo no rosto.
Se recompôs e continuou se maquiando pensando na jornalista, louca de vontade de ir procurá-la.

Se apresentou em uma casa de show no final de semana e teria um outro show na próxima semana. Ao chegar em casa, em vez de ir descansar da apresentação, tomou um banho, colocou um vestido preto que fechava com uma faixa na cintura, uma sandália plataforma nos pés e os cabelos soltos com os cachos definidos. Borrifou um pouco do seu perfume no pescoço e colocou uma folha de papel dentro de um envelope. Passou os olhos pelo quarto e achou as chaves do carro. Apanhou e partiu.

Malu estava em casa. Era sábado, mas pra ela, pouco importava os dias da semana. Ultimamente sua vida se resumia em ir trabalhar na semana e aos domingos, ir visitar seus pais no almoço tradicional com a família inteira. Já usava seu baby doll porque não pretendia mais sair para lugar nenhum naquela noite. Aproveitou para ler um pouco. Ou pelo menos, tentar, já que sua mente rodava, rodava e parava na figura de Daniela.
Estava à vontade no sofá, quando ouviu o interfone tocar aquele horário:

- Quem? - seu sangue esfriou quando ouviu o porteiro dizer quem estava lá embaixo querendo subir - pode liberar pra subir.

Quando a campainha tocou, já sabia quem era, mas seu corpo tremia só em saber que do outro lado da porta tinha nada mais, nada menos que a mulher que a estava deixando doida. Pensou por dois segundos o que ela poderia querer com ela, naquele horário. Não demorou e abriu a porta:

- Oi, Malu - falou quando a outra abriu a porta.

- Oi, Daniela - falou receosa.

- Tudo bem? Posso entrar?

- Estou bem e você? - respondeu dando passagem pra outra passar.

- Estou bem também - as duas mentiram, porque nenhuma das duas estava bem.

- Aconteceu alguma coisa? - fechou a porta atrás de si.

- Nada muito importante - parou no meio da sala da outra - estou te atrapalhando em alguma coisa?

Recebeu a resposta de Malu que balançou a cabeça negativamente.

- Queria compartilhar com você sobre os shows que comecei a fazer com o novo projeto... - falou tentando quebrar o gelo daquela situação - e também, lhe mostrar uma música que compus.

- Eu vi algo sobre esses shows... - continuava junto à porta - está indo tudo bem?

- Está sim... precisava cantar - sorriu - e as músicas são tão lindas, não pude resistir.

- Que bom... fico feliz por ti - desencostou da porta e chegou mais perto do centro da sala, cruzando os braços.

- Queria te mostrar a música também - deixou em evidência o envelope.

- Senta... - sentou ao lado direito do sofá.

Daniela sentou também, do outro lado, meio sem graça por chegar na casa da mulher sem avisar e depois de tudo que tinham dito uma pra outra.

- Eu sei que terminamos nossa amizade, mas precisava vir compartilhar contigo isso e te agradecer pelo apoio quando o projeto ainda era só sonho. Obrigada, Malu.

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