𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 7

1.3K 35 2
                                    

Meus filmes estavam vendendo muito, era o que Frank havia me dito, que desde o Submissive Dolls até minha cena em Facial Abuse meu rosto estava sempre em destaque nos números, os clientes ficavam impressionados com o quão submissa e perversa eu podia ser, e estavam dando feedbacks positivos nos sites de avaliação, e perguntando quando seria minha próxima cena...

-Que engraçado - falei, sentada na sacada junto com a Lily, fumando cigarro - Porque eu continuo quebrada, sem grana pra nada.

-Calma irmã - ela respondeu, estava depilando as pernas - Nossa carreira acabou de começar, não tem nem um ano, somos rostos novos na indústria.

-Queria ser otimista como você - soprei a fumaça pelo canto da boca, e admirei a paisagem cinzenta abaixo de nós - Tenho tanto medo de ter feito a escolha errada e esses filmes me perseguirem.

Lily franziu o cenho, veio até mim e segurou meu rosto com as duas mãos:
-Ficou maluca? É o seu sonho ser uma estrela, ficar milionária, ser objeto de desejo de todos os homens ao redor do mundo - ela sorriu, me contagiando - Um dia, estaremos em uma cobertura bebendo champanhe e lembrando desse momento, e eu vou te olhar bem fundo nos olhos e dizer ''eu te avisei''.

-Eu te amo, amiga - dei um selinho nela, depois um tapinha em sua bunda - Você está certa, eu é que fico paranóica as vezes.

-Também te amo, vadia - ela franziu o nariz e voltou a se depilar.

....

Duas semanas haviam se passado sem que Frank me arranjasse um trabalho novo, eu estava tão ansiosa que os cantos das minhas unhas sangravam em carne viva, já tinha fumado três maços de cigarro naquele dia e tomado meio litro de vodka em um gole só, e então, pra evitar que eu pulasse da sacada, decidi ir caminhar no parque.

Vesti uma legging, um top preto, amarrei o cabelo em um rabo de cavalo alto e calcei um adidas, fiquei dando soquinhos na palma da mão enquanto a porra do elevador descia em câmera lenta, depois sai pra rua com muita energia pra gastar...

Cheguei no parque, que era enorme, e comecei a correr pela trilha, a paisagem era linda e o ar fresco por conta da vegetação e o lago que ficava no centro, corri até meus pulmões queimarem e minhas pernas começarem a tremer, até que cheguei próxima a exaustão e parei pra encostar na grade do lago, tirei um cigarro de dentro do sutiã e acendi, dei uma tragada e suspirei de alívio...
-Oi? - um rapaz, muito bonito, se aproximou - Não acredito que é você, Camille?!

Franzi o cenho, meio assustada:
-Eu te conheço?

Nesse momento caiu minha ficha, que talvez aquele fosse meu primeiro fã, afinal, agora eu era uma figura pública, meu rosto estava em muitas cópias de filmes por aí.

-Foi mal chegar assim, erro meu - ele sorriu, tinha covinhas nas bochechas, e um rosto quadrado tão bem desenhado - Meu nome é John Bass, trabalho no mesmo ramo que você, muito prazer.

-Ah - dei um sorriso sem graça - Desculpa a grosseria, ainda não estou acostumada a ser reconhecida, mas que legal, o prazer é meu!

Ele estava sem camisa, o peitoral definido estava cintilando de suor na luz baixa do entardecer, com um short curto e meias altas:
-Quando te vi aqui correndo, fiquei louco pra vir conversar com você, sério, sou um grande fã do seu trabalho, vi sua cena em Submisse Dolls e você foi incrível, fazia tempo que eu não via alguém ser tão louca assim, não quero ofender, louca no bom sentido.

-Obrigada - dei outro trago, me sentindo orgulhosa - Foi uma cena difícil, mas fiquei feliz com o resultado, e fiquei sabendo que está vendendo bem né?

-Nossa, na minha agência todos queriam saber quem era essa tal de Camille - ele usou a camiseta que estava amarrada no short pra limpar o suor da testa, e encostou ao meu lado - É difícil uma novata intimidar grandes nomes, mas tem garotas por aí com medo de perder trabalhos pra você, acredita?

-Tá brincando? - fiquei boquiaberta, pois eu não tinha a mínima noção do quão longe meu nome estava de fato indo - Fico feliz de saber, eu sinceramente achei que minha carreira estava estagnada, não consigo gravar nada tem duas semanas já.

John ficou incrédulo, depois respirou fundo negando com a cabeça:
-Eu entendo, quando comecei meu agente também era meio ruim, fiquei vários meses sem trabalho, cheguei até a passar fome e quase ser despejado.

-É uma merda... - lamentei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e dando um trago demorado.

John sorriu e olhou adiante, abriu a boca pra falar algo mas não falou, esperou um pouco, e aí falou:
-Eu estava indo tomar uns drinks com uma amiga, você quer ir?!

-Não sei - respondi, meio sem jeito - Não sai pronta pra isso, estou sem dinheiro e desarrumada.

-Tu é linda, e pode deixar que fica por minha conta - ele riu de canto - Adoro pagar coisas pra mulheres bonitas.

-Já que insiste - eu, Camille Moon, jamais recusaria uns drinks grátis... E seria legal conhecer mais gente do meu ramo.

John pediu um táxi e fomos parar em Manhattan, em um bar luxuoso, sentamos em uma mesa em um canto com baixa iluminação e ele pediu uma rodada de drinks, conversamos um pouco sobre minhas experiências no pornô e algum tempo depois chegou sua amiga.

Seu nome era Jayna Jameson, ela era uma figura excêntrica, tinha aproximadamente uns trinta anos, seus lábios era enormes de preenchimento labial, o rosto sem expressão como consequência do exagero de botox, os peitos gigantescos e a cintura finíssima, seu cabelo de um loiro amarelado em ondas compridas:
-Oi meu bem - disse ele, ao me dar um beijo na bochecha pra cumprimentar - Finalmente estou vendo o rosto desse nome tão falado.

-Olá - respondi, meio assustada - É um prazer.

Foi muito divertido passar aquele tempo com os dois, Jayna tinha uma longa carreira, trabalhava desde os dezoito e ainda estava na ativa, além de ser uma alcoólatra desenfreada, ficou muito bêbada e começou a dar em cima dos garçons, seu vestido era tão apertado e minúsculo que seus mamilos estavam saindo pra fora.
-Precisa ir em uma das festas da nossa agência garota - disse ela com a voz mole - Eles vão adorar te conhecer, grandes atores sabe?

-Seria muito legal, se me convidarem eu vou - dei um gole em um drink ótimo, de morango.

-Já tá convidada benzinho - ela gargalhou, exagerada pra caralho - Chega de gravar com esses fracassados aí que tu grava, tá na hora de elevar essa carreira hein.

John tossiu, olhando feio pra ela, e tentou contornar a situação:
-O que ela quer dizer, é que você precisa subir o status das gravações pra conseguir cobrar um cachê melhor sabe? As vezes uma boa parceria te ajuda a dar um up.

Passamos algumas horas conversando sobre contatos e futuras gravações, até que precisei ir embora pois já estava ficando com a visão turva e com a cabeça nas nuvens, John me levou até a porta do bar pra esperar meu táxi.
-Obrigada por hoje, de verdade.
-Não foi nada, vai ser legal incluir você.

Em um movimento impensado, fui pra frente e lhe dei um beijo, que não foi retribuído, ele segurou meus pulsos com gentileza e me afastou.

-Foi mal se eu passei a impressão errada - ele sorriu sem jeito - Mas eu sou gay, devia ter te falado isso, sou um ator pornô gay.

Eu queria desaparecer de vergonha, comecei a rir de nervoso e depois fiquei mais nervosa por achar que talvez ele pensasse que eu estava debochando:
-Meu Deus, desculpa John, eu estou bêbada - virei o rosto pro lado - Sério, foi mal.

-Tá tudo bem - ele me abraçou - A gente se vê numa próxima?!

-É claro - respondi, entrando apressada no táxi que havia parado ao nosso lado - Até.

No caminho de volta pra casa, comecei a me masturbar com a mão dentro da legging, enquanto o taxista admirava pelo retrovisor, eu estava bêbada e com tesão, pensando em John.

𝑷𝑶𝑹𝑵𝑺𝑻𝑨𝑹Onde histórias criam vida. Descubra agora