𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 4

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Após o meu primeiro filme sair, Frank me ligou dizendo que estava sendo um sucesso de vendas e que algumas produtoras haviam entrado em contato, precisei cobrir a boca pra não gritar de alegria enquanto segurava o telefone, ele disse que no entanto eu tinha chamado a atenção das gravadoras voltadas pra filmes hardcore:
-Estão impressionados em como você aguentou bem a cena e pareceu realmente curtir ser abusada, seu nome está começando a despertar interesse Camille, é o momento de sermos inteligentes!

-E o que eu faço agora? - eu estava roendo as unhas com tanta força que senti gosto de sangue.

-Pra ser sincero, e veja bem que eu não quero te ofender, mas estamos falando de um meio muito competitivo - ele tossiu limpando a garganta - E você não é o padrão de garota que se torna uma estrela pornô, é muito magra e pálida, sem grandes atrativos, não é visualmente tão atraente para os homens, mas você tem o fator X, vamos trabalhar nessa imagem de garota submissa e sem limites, isso vai te colocar em outro patamar, pois você aceita coisas que as outras não aceitam, se você for cada vez mais extrema nos filmes, vejo muito dinheiro no nosso futuro... Pense bem Camille.

Ele tinha razão, por mais que isso machucasse um pouco meu ego, eu precisava ser realista e entender como a indústria funcionava, então suspirei e concordei:
-Você tem razão, não dispense nada que surgir, não importa qual trabalho seja, eu vou fazer!

-Boa garota - Frank deu sua risadinha de rato - Vou dar alguns retornos aqui e logo entro em contato, até mais Camille.

....

Apesar de ter recebido um cachê alto, eu não tinha comprado muita comida, continuava me sustentando apenas de vodka e cigarro, era muito difícil sentir fome quando se estava bêbada o tempo inteiro, horas se passavam enquanto eu assistia filmes de horror na televisão, Lily tinha uma gravação lésbica naquele dia e eu fiquei totalmente sozinha, com vários pensamentos intrusivos me perturbando, cenas do passado com expectativas de futuro se misturavam e me deixavam ansiosa, então antes que começasse a ficar insuportável existir dentro da minha própria pele, decidi colocar um moleton velho é uma calça jeans, enrolei o cabelo em um coque frouxo e decidi sair de casa.

Andei por alguns quarteirões fumando um Marlboro, eu sentia meus pés flutuar e era como se o mundo estivesse em câmera lenta, estava muito chapada mas preferia ficar assim, até que cheguei a um Pub decadente e entrei, cambaleei até o balcão e pedi três garrafas de cerveja, decidi beber direto do gargalo, ao fundo uma jukebox tocava Johnny Cash e alguns casais de pessoas mais velhas dançavam agarradinhos, dei uma risada discreta e me esparramei no balcão, só levantava a cabeça pra dar os goles...
Até que alguém se sentou ao meu lado:
-Conheço você de algum lugar.

A voz era conhecida, mas demorei um pouco pra assimilar, e quando me levantei fiquei paralisada, era o mesmo sorriso daquele dia, o rosto cumprido e o queixo anguloso, Pauly...
-Oi... - minha voz saiu abafada - Sim, sou a Camille, gravamos juntos alguns dias atrás.

-Tô ligado - ele olhou para as garrafas de cerveja e depois pra mim, tinha o olhar vazio - Eu não costumo esquecer fácil um rostinho bonito, e lá no estúdio geralmente as garotas são estranhas.

-Me acha bonita? - perguntei, esboçando um sorriso - Porque eu me considero estranha.

-Você é estranhamente bonita - Pauly riu, era estranho vê-lo sorrindo sem levar um tapa na cara em seguida - Curtiu gravar com a gente?

Por algum motivo, eu senti que deveria mentir, fiquei com medo de dizer a verdade:
-Sim, vocês são cruéis, mas eu entendo que faz parte do trabalho, eu curti.

Ele assentiu, dando um gole na minha cerveja, depois encostou a mão enorme no meu rosto, indo pra trás da nuca:
-Então você fica excitada quando te tratam mal?

-Sim - franzi o cenho em uma expressão de autopiedade - Eu gosto...

Pauly deu um riso de canto, e fecho a mão ao redor do meu cabelo, com força:
-Vou te contar uma coisa, eu não tomo nenhum remédio pra aguentar a gravação, fico com tanto tesão em espancar umas putas que não preciso disso, e eu fiquei maluco aquele dia enquanto te colocava no seu lugar!

Com tanto álcool na cabeça, eu não conseguia raciocinar direito, e foi por isso que acabei aceitando sair do pub com ele e entrar em seu carro, ele me levou até o seu apartamento.

Me arrependi assim que dei o primeiro passo pra dentro, havia uma bandeira enorme de supremacia branca em cima da mesa de jantar dele, mas antes que eu pudesse reagir escutei a porta sendo trancada atrás de mim, engoli em seco e me forcei a fingir que não estava vendo nada...

Pauly então me virou violentamente pra ele e me agarrou pela cintura, começou a morder e chupar meu pescoço, me pegou em seu colo e me levou pro quarto, lá ele literalmente me atirou na cama e arrancou a camisa, depois tirou os coturnos e arrancou a calça, eu me apoiei nos cotovelos na cama e vi na minha frente uma coleção gigantesca de armas penduradas na parede, meu coração começou a acelerar e ficou difícil de respirar, era o começo de uma crise de ansiedade, ele então partiu pra cima de mim e puxou meu moleton pra cima me deixando apenas de sutiã, arrancou minha calça e rasgou minha calcinha puxando ela pra cima, me machucou mas eu apenas dei um gemido, ele então juntou as duas mãos e fechou no meu pescoço, colocou todo o seu peso e me pressionou contra a cama, segurei nos braços dele tentando me soltar um pouco, mas ele era muito forte, Pauly me penetrou violentamente e começou a estocar com muita força, eu estava sufocando e sentindo dor, e ainda sem acreditar como eu havia me sujeitado aquilo, depois de tudo que tinha passado com ele no set de gravação...

Pauly me virou de costas como um objeto e meteu por trás, eu mordi a fronha com força e aguentei tudo, ele puxava meu cabelo e me ofendia o tempo inteiro... Demorou exatamente vinte minutos pra gozar, me arrastou pro chão pelo cabelo e gozou na minha cara, e assim que terminou, ofegante e suado, deitou na cama com os braços atrás da cabeça e mandou:
-Veste sua roupa e vai embora, tenho que ir pro estúdio daqui a pouco!

E eu, dolorida e mancando, obedeci e me vesti, estava tão aliviada que iria embora que nada importava, olhar para aqueles fuzis na parede me causava calafrios, e enquanto ia em direção a saída vi na parede imagens nazistas, meus olhos marejaram e eu tentei sair o mais rápido...

Andei mancando por alguns quarteirões, minha mão tremia segurando o cigarro, meu rosto estava sujo de esperma e eu simplesmente não me importava, até que cheguei em um píer e me sentei na beirada, fumei enquanto chorava... Me sentindo vazia e usada...

𝑷𝑶𝑹𝑵𝑺𝑻𝑨𝑹Onde histórias criam vida. Descubra agora