Simplesmente, Você | Livro III

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Entrando lentamente na sala da mansão, o casal se uniu para não fazer muito barulho para aqueles que dormiam nos sofás e colchões na sala. Mavi deu uma risada baixa com o pedido de aproximação de Adam, ao chegar perto envolveu seu braço atrás das costas de seu esposo, sendo levada em seguida pelas escadarias da mansão.

- Eu vou deixar as sacolas aqui - contou ele.

Os dois haviam preparado lindos presentes que marcaria a chegada da criança, para quem o recebesse. Ainda não se sabia o sexo, sendo assim, dois pares de sapatinhos azuis e rosa foram escolhidos.

- Seria bom eu pegar algumas flores do jardim.

- Sim! Tem umas que tem um perfume ótimo... - ela concordou.

Adam a beijou, olhando-a em seguida com carinho.

- Como eu te amo, Mavi. Ai, como eu te amo! - replicou, levando uma de suas mãos à barriga de sua esposa - E mais ainda do que você poderia me fazer feliz, agora está me dando uma herança tão valiosa!

- Você também me presenteou com algo impagável, Adam... eu serei mãe, a mãe do nosso bebê.

Adam uniu seus lábios mais uma vez aos dela, grato por estar vivo o suficiente para sentir que aquilo realmente estava acontecendo.

- Irei agora...

- E logo - Mavi o incentivou - Eu vou aproveitar para tomar um banho. Não sou muito fã de cheiro de hospital.

- Está certa, meu amor.

Antes de deixar o quarto, seu braço ainda rodou o pescoço de Mavi e seus lábios tocaram os dela. Boba o suficiente para dar alguns pulinhos depois de ter ganhado mais um beijo, Mavi seguiu para o banheiro do quarto, pronta para limpar-se e sentir um pouco mais leve.

O momento perfeito para que os dois pudessem anunciar não demorou para chegar. Depois do café da manhã, em que Adam e Mavi não apareceram de propósito, causando falta e preocupação, a maioria moveu-se para a sala.

O casal estava perfeitamente combinando em suas roupas. Mavi com um vestido branco que ia até os seus joelhos, e Adam com roupas claras.

- Você fala, ou eu falo? - ele a perguntou.

- É melhor você que é o pai, não?

- Mas você é a mãe!

- Mas você também irá me ajudar em tudo!

Os dois trocaram gargalhadas, expondo um pouco do seu nervosismo.

- Vamos fazer isso... juntos.

- Juntos!

E juntos, eles uniram suas mãos e desceram com um lindo sorriso pelas escadas, que seria dificilmente de serem apagados de seus rostos. Com seus pés descalços e cabelos soltos atrás das costas, Mavi havia conseguido chamar a atenção daqueles presentes pois remeteu a época em que ela era exatamente assim na mansão. Maria parou de conversar com as meninas, levando sua atenção para os dois.

- Filha...

- Mãe... - a jovem respondeu, assentindo com sua cabeça.

- Que horas vocês chegaram?

- Sequer vimos vocês - denunciou Patrícia.

- Você se sente melhor, filha? O que o médico disse?

- Tomou alguma coisa depois que chegaram do hospital? - Antonella a questionou.

- Comemos em uma das cafeterias próximas ao hospital - respondeu Adam, envolvendo um de seus braços ao redor das costas de Mavi.

Eduardo deu um passo a frente.

- Mas e o que o médico disse?

- Eu estou bem - respondeu Mavi, hesitante. Ao olhar de relance para os olhos de quem estava ao seu lado, sentiu confiança e paz para anunciar o que se prepararam horas antes - E eu e o Adam temos algo muito importante para anunciar à vocês - relatou, enchendo seu peito de ar.

Eduardo aproximou-se de Maria, com seu corpo fechado e olhos atentos nos dois próximos da escada. Por serem pais e saberem as condições que a filha esteve, a preocupação foi a primeira a pousar em suas consciências. Conectados por suas mentes, uniram suas mãos, prontos para qualquer coisa que fosse dita.

Mavi permaneceu firme ao lado de Adam.

- Nós seremos pais! - eles anunciaram.

Mesmo pressentindo desde a primeira informação, Maria não conseguiu evitar ficar estática quanto as duas melhores amigas de sua filha. Os sintomas eram claros, mas sendo tão claros àquele nível era algo esplendoroso. Nina e Patrícia correram para Mavi, sem conter gritos e saltos como as crianças.

Apertando seus dedos abaixo do queixo, Vera se aproximou de Mavi.

-.... parabéns, Mavi! Parabéns!

Mavi a abraçou com força.

- Obrigada tia Vera, por tudo - a agradeceu de olhos fechados - Eu quero que essa criança possa conhecer e descobrir a mulher maravilhosa que a senhora é - contou, com seu peito cheio de alegria.

Trêmula em seus próprios pés, Maria conseguiu andar até a sua filha.

- Ai, meu Deus...

Com seus olhos cheios, ela correu para os braços de sua mãe. Chegou a soluçar pela alegria que sondou seu coração, sentindo até mesmo a presença do Altíssimo ao seu redor.

Os seus parentes, e aqueles que mais amava, não deixaram de abraçar e beijar seu rosto. A alegria era tão grande que ela até saltou por sentir-se tão amada. Levando sua mão ao ventre, Mavi teve a certeza de que o pequeno que gerava iria ser tão amada quanto ela.

No fim, tudo deu certo. Disse a si mesma.

Ao fechar seus olhos, foi impossível segurar suas lágrimas ao imaginar a reação de Genésio ao saber que ela estava carregando o bebê do homem que verdadeiramente amava. Ela imaginou o sorriso doce, aquelas mãos que sempre a cobriram do frio e da fome. Se pudesse o traria de volta e contaria que Deus a tinha dado mais uma vitória, que mesmo a vida sendo tão dura ela não foi capaz de a derrotar ou acabar com seus sonhos.

Mavi soluçou, e ainda assim foi puxada para o ombro que reconheceria a quilômetros de distância. Ela suspirou, buscando se recompor o quanto antes. Ramón a girou num abraço, arrancando gargalhadas da jovem. Vera o advertiu com leves tapinhas no braço do homem, provocando mais risadas para a sua sobrinha.

Portanto, a mulher não demorou em desviar-se de onde estava para correr até aquele que a sempre esperou.

Os dois se beijaram novamente, e riram ao escutar as palmas e assobios ao seu redor. Podendo por suas mãos nos braços de Adam, e olha-lo profundamente, Mavi viu o quanto tempo e segundos não significaram nada para aquele momento.

- Eu só tenho a te agradecer, Mavi...

- E eu mais ainda à você, Adam. Eu vou ser mãe e, eu estou confiante que a minha criança será a mais feliz do mundo! - contou, trazendo as mãos dele para próximo de seu rosto - Ele terá o melhor pai, e a melhor família.

- E antes mesmo que esteja em nossos braços já é muito muito amada - murmurou, agachando-se para beijar a barriga de Mavi. Com uma voz mansa e olhos atentos, ele pensou na sorte que teria em tê-lo em seus braços - Eu te amo, te amo muito! Muito! E sempre vou te amar, meu pequeno.

Mavi segurou suas próprias lágrimas para não se emocionar mais do que já estava. Adam estava exercendo e dando mais amor ao pequeno do que ela poderia cogitar.

Por mais que ainda não estivesse vindo ao mundo, podia ter a certeza de que teria mais amor ainda ao nascer. Teria tios e tias, de braços abertos e dispostos a cuidar e zelar. Avós babões que não deixaria nada faltar.

E pais, que amaria e iria esforçar em tudo para serem os melhores.