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A porta do quarto foi aberta de uma só vez.
Os que acompanhavam a mulher inconsciente nos braços de seu esposo, não sabiam exatamente o que fazer a não se oferecer qualquer ajuda e chamar por ela.

- Eu vou ligar para o médico - disse Vera, correndo para fora.

Ao deposita-la sobre o colchão, Adam a abrigou da melhor forma sobre o móvel. Eduardo e Ramón engoliram em seco, sem saber o que fazer pois o pânico havia congelado uma boa parte dos ali presentes.

- O que eu posso fazer, Adam?! - questionou Patrícia, correndo para o outro lado da cama.

- Mantenha a cabeça dela protegida e fique próxima - a instruiu - Você sabe aonde está um álcool e algodão?

- Eu sei! - exclamou Nina.

- O pegue o quanto antes!

Adam voltou sua atenção à Mavi, pondo sua mão para um dos lados do rosto da mesma. Seu coração batia com tanta força e medo que ele possivelmente paralisaria junto aos outros, se não tivesse mais alguém presente no cômodo.

Correndo com passos largos, Nina retornou com as mãos ocupadas.

- Mavi, meu amor. Mavi! - Adam a chamou desesperadamente, aproximando o algodão com álcool as narinas da mesma.

A mulher torceu mais ainda o nariz ao sentir o cheiro forte. Seus mãos correram para o cabelo, com uma dor aguda e estranha o atravessando. Ela virou para o outro lado, apertando os olhos.

-... ai, meu Deus...

- O que está sentindo, minha filha? - questionou-lhe, Eduardo, agachado ao seu lado.

-... a minha cabeça... - murmurou, retornando a ficar de barriga para cima -... ela não para de doer e... e... - suas palavras acabaram morrendo. A vertigem retornou mais forte do que nunca, e em segundos Mavi acabou sendo a vítima da mesma.

***

O ar ao seu redor parecia frio, e confortável ao mesmo tempo. A dor de cabeça havia cessado, e no lugar dela, parecia-lhe que haviam congelado toda área afetada. Tudo pareceu tão confortável, que chegou a incomoda-la.

Em segundos, os seus olhos se abriram.

O quarto em que estava era totalmente diferente do que havia adormecido horas antes. Ele era largo, bem estruturado e com uma porta ao longe. A cama em que seu corpo repousava não parecia nenhum pouco com uma apropriada para longos sonos.

Só então, que não podendo se adaptar de primeira, Mavi deu conta de que estava em um quarto de hospital. Já ofegante ao pensar naquilo, puxou suas pernas e corpo para cima, vendo detalhadamente a arquitetura e desenhos.

Mas a sua avaliação não durou por muito tempo, graças a visão do homem adormecido no sofá.

Mavi deu um pequeno sorriso, mas logo se retraiu ao pensar no trabalho que devia ter dado. Já não bastava a sua família, agora era Adam se esforçando para cuida-la e estar com ela.
Porém, a alteração em seu humor causado por seus próprios pensamentos, não perpetuou por muito tempo já que em minutos Adam abriu os olhos e deparou-se com ela o observando.

-... meu amor - murmurou ele, erguendo-se do assento. Ao chegar nela, a deu um beijo longo - Como está se sentindo? - a perguntou.

- Confesso que estou bem melhor.

- Que bom escutar isso.

-... mas vem cá - sussurrou, afastando-se - Deite aqui - o pediu.

- Eu não posso, Mavi.

Simplesmente, Você | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora