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Lúcia pisou firmemente no chão enquanto retornou para a mansão. Minutos antes, teve que atender e dar atenção a Dylan. Ela esperou coisas boas, que ele seria uma pessoa flexível. Mas uma coisa que ele não conseguiu ser muito, foi flexível, a mente dele estava mais inclinada a dar indiretas e conquistar de uma só vez. Lúcia agradeceu a Deus por todo aquele pesadelo ter terminado.

Mas ela não sabia, que no seu retorno, poderia ser pega de surpresa por alguém que não desejava ver depois de ter vivido aqueles minutos não tão agradáveis.

— Para aonde vai assim, tão enfurecida?

Em um giro, Lúcia o encarou.

— Saber vai agregar alguma coisa na sua vida?

— Até pra ser ignorante ela é educada.

— Me poupe!

Lúcia foi impedida de retornar ao caminho, quando teve seu braço pego. Ela se soltou bruscamente na primeira oportunidade.

— Quem você pensa que é para tocar em mim dessa forma?!

Ramón recuou, encolhendo os dedos das mãos.

—... eu só quero saber do porquê que...

— Eu não devo satisfação nenhuma!

O homem enrijeceu sua postura.

— Você é amiga da família — exaltou — Você está na minha casa, deve satisfações de todas as formas!

—  Não seja por isso! — ela exclamou, erguendo suas mãos ao alto — Eu pego minhas coisas, e vou embora agora mesmo. Eu já estava com planos a muito tempo!

— Lúcia... calma! Não foi isso que eu quis dizer.

— Olha, aqui Ramón. Eu já estou de saco cheio desses seus interrogatórios e brincadeiras sem graça! No casamento do meu filho, você andou de um lado para o outro, conversou com todos como se não houvesse amanhã, e até dançou com algumas mulherzinhas no salão como se não houvesse amanhã! — o acusou — E eu?! Eu não disse nada! Então, não venha me provocar ou cobrar algo, que eu sequer te cobrei quando deveria ter o feito!

Ramón levantou as sobrancelhas, surpreso. Tudo o que ele menos esperou era que logo Lúcia, relembrasse tão claramente daquela noite.

—... então quer dizer que você estava me observando?

— Eu não estava observando — deu de ombros — Precisei ver pouco para saber do que se tratava.

— Hmmmmm, deve ser por isso então que parece tão séria comigo... — propôs — Está com ciúmes, Lúcia?

A mulher olhou para os lados, sem saber como responder sem perder a conduta ou razão.

— Você ficou com ciúmes por eu dançar e falar com outras mulheres no salão, e não com você? É isso?

— Não invente coisas para me acusar!

— Eu não estou acusando ninguém, estou apenas dizendo o óbvio. Você ficou com ciúmes de mim! — replicou, dando um sorriso convencido.

Lúcia prendeu a respiração, querendo despejar todas as palavras e fazê-lo parar de ser tão irritante. Ele tinha acusado de algo que sequer tinha certeza, mesmo podendo tê-la atrás dos olhos de Lúcia.

— Não teria sentido algum eu ter ciúmes de você! — afirmou, erguendo seu queixo — Não é surpresa nenhuma, para mim, saber que tipinho de gente é você!

— Olha quem fala... — ele pôs suas mãos na cintura — Mas fica bem feio você dizer essas coisas pra mim, sabendo que pediu para uma das minhas irmãs vir conversar comigo e pedir para que eu me colocasse no meu lugar e te deixasse em paz.

Simplesmente, Você | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora