Simplesmente, Você | Livro III

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O tempo que se passou na chácara, marcou o coração do casal. Todos os momentos, os mínimos detalhes que testemunharam da natureza, apenas fizeram com que a gratidão por Deus aumentasse.

Por tanto, já no dia seguinte, teriam que enfrentar boas horas em um avião para viajarem a uma dos países que estava sendo mantido em segredo por Adam à sua esposa.

E ela, deitada sobre a rede da varanda, estava de braços abertos sentindo a pele do rosto ser beijada pela brisa fresca do vento enquanto os chuviscos faziam companhia ao sol perante os seus olhos. Ela estava se sentindo leve, em paz, distante de qualquer dor e angústia.

Sentia sua alma limpa, amada e cuidada.

O seu amor por Adam, apenas aumentou, como a sua admiração. O homem, antes considerado o amor de sua vida, ocupou novos lugares e novos sentidos em sua consciência. Ele poderia ser considerado como uma das coisas mais belas já existentes, que ainda assim não seria suficiente para resumir quem verdadeiramente era.

Com o calor familiar e som de passos se aproximando, Mavi não precisou olhar para saber de quem pertencia. Quando este se agachou ao seu lado, só então o encarou.

Adam, com um sorriso puro, a olhou com amor.
Ele não esperava que Mavi ficasse cada dia mais bela - os olhos dela passaram a ter um brilho diferente. Ele depositou com cuidado a flor branca, entre o espaço de uma das orelhas de Mavi, assim como um beijo nos lábios da jovem.

- Você sempre fica linda com flores, sabia?

- Humrum, sei - sussurrou.

- É sério... cada vez mais linda... cada vez me deixando mais apaixonado.

Gargalhadas vindo dos dois preencheram a varanda, misturando-se com o canto dos pássaros. Mavi puxou a mão de Adam para perto, a beijou e a deixou próxima do seu rosto.

- Muito obrigada por ser meu - agradeceu, com seu coração disparado no peito -... muito obrigada.

Adam a beijou novamente, e com facilidade se juntou à ela na rede. Mavi se alinhou e descansou sua cabeça no peito dele, como uma criança nos braços do pai.

No silêncio, sua mente a fez recordar desde o primeiro dia em que se conheceram, àquele que estavam juntos. Parecia ser inacreditável, parecia ser algo de outro mundo.

Mas simplesmente, aconteceu.

Desde o início, a conexão entre eles não podia ser explicada, e apenas sendo provinda por Deus para que fosse. Mesmo que o tempo, o medo, a fuga, e a dor brandaram com força, eles mantiveram-se um ao lado do outro. Nehuma validação, nenhum interesse material, pôde ser o que os impulsionava a esperar um pelo o outro. Se não, o amor. O verdadeiro amor que é paciente, que é bondoso, que apesar de tudo mantém-se forte independente do tempo que se passe. Ele sempre se manterá lá.

Ao olhar para Adam, e ver que ele estava prestes a dormir, Mavi deu um sorriso amarelo. A visão do amor da sua vida sob a sua proteção e segurança, mostrando a sua vulnerabilidade, e ao mesmo tempo a sua confiança, a encantou. Ela o abraçou com força, sentindo-se a mulher mais sortuda e agraciada por ter ele como seu esposo.

E mais uma vez abraçados, os dois mantiveram seus olhos atentos nas luzes reluzentes da Torre Eiffel.
Mavi estava completamente incitada por tudo o que viu no caminho. Como o amor da sua vida ao seu lado, tendo uma visão mágica em sua frente depois de horas em aeroportos, só tinha apenas que agradecer. Ela se sentia tão completa, que negar isso a si mesma, era impossível.

Nos primeiros dias que havia chegado, chegou a comparar o frio que estava acostumada até semanas antes, mas sequer conseguiu. Suas mãos estavam enluvadas, o pescoço com dois cachecóis, calças escuras e blusas de frio quentinhas. A touca em sua cabeça dificilmente saiu, e ela não permitiu, já que não queria pegar um resfriado tão cedo. Por Adam estar com roupas menos exageradas, Mavi chegou a ter uma pequena inveja. Ele não pareceu-lhe nenhum pouco abalado. Enquanto ela tentava dar um passo e verificar se as roupas estavam nos seus lugares, Adam andava tranquilamente.