Pela manhã, o mordomo da casa foi um verdadeiro guia para os homens enfardados os direcionando para a entrada da mansão — eles tiveram a função de deixar as grandes caixas com enfeites, e até mesmo um pinheiro longo embalado em um plástico. Os funcionários da mansão trabalharam mutuamente, enfeitando os topos e lugares certos com o que lhe foi entregue.
As crianças estavam sentadas em um dos cantos abertos da sala, separando os enfeites coloridos. Bento foi quem mais se empenhou na tarefa, utilizando o seu tato e audição para separar as peças. Paulo e Sol utilizaram alguns de decoração em seus rostos fazendo diversas caretas.
Vera, que até então tinha deixado algumas caixas no andar de cima com os outros, deu um longo suspiro. A maioria do material já havia sido entregue, e faltava apenas o seu mover.
— E como estão, crianças?
— Uma maravilha! — respondeu Paulo.
— O Bento conseguiu acertar um monte de coisa! — disse Sol, olhando com carinho para seu amigo.
O menino encolheu os ombros, com um sorriso de canto.
— Isso é muito bom... — elogiou Vera — Mas continuem com seus trabalhos, daqui a pouco me junto à vocês para pormos dentro da caixa!
Eles assentiram, empolgados. A mulher andou até a porta assim que o som da campainha tocou. Alberto não estava lá, por isso não foi aberta no primeiro momento. As sobrancelhas de Vera se uniram, enquanto ela se questionou em quem poderia ser.
Ao puxar uma das portas, ela deu um salto de alegria ao reconhecer os dois jovens em sua frente — tanto eles quanto ela, estavam usando roupas para o inverno. Vera esticou seus braços, pronta para trazê-los para mais perto num abraço.
— AI, MEU DEUS!
O casal riu com a empolgação da mulher, ao se afastarem permaneceram com sorrisos em seus rostos. Vera sabia que a sua filha iria retornar ainda naquele mês, mas não contava que traria seu companheiro. Isaac pareceu confiável aos olhos dela, desde o primeiro momento em que se conheceram, e agora que sua filha parecia tão bem ao lado dele, até mesmo com uma feição melhor de quando havia voltado para Nova York, não diminuiu a alegria ao vê-los tão próximo.
— E quando vocês chegaram?
— Foi uma viagem até mesmo longa mas, no caminho se tornou bem rápida — comentou Isaac, pondo suas mãos nos bolsos do casaco.
— Faz algumas horas desde que saímos do aeroporto, mãe.
— E vocês nem ligaram para cá para eu para irmos buscar vocês!
— Nós pensamos nisso. Mas quando a Nina me contou ontem que vocês estão arrumado a casa para o natal, eu desisti — ela deu de ombros — Não quis atrapalhar.
— Ai, mas que bobeira, filha! Eu não me importaria de ir.
— Mas agora estamos aqui, isso é o mais importante.
— Você tem toda a razão!
— E mãe — Patrícia a chamou. Olhou de relance para Isaac, segurando um sorriso travesso no rosto, e novamente para quem a gerou — Nós não viemos tão sozinhos assim...
As sobrancelhas de Vera se uniram no meio da testa, Patrícia fez um pequeno sinal para quem estava fora da mansão e passou para o lado. Logo, quem menos sua mãe imaginava aparecer, surgiu com um sorriso breve no rosto.
Vera piscou diversas vezes, conferindo se ela realmente estava vivendo aquilo ou era invenção da sua própria mente.
— Enrico?
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Simplesmente, Você | Livro III
RomansaDepois de tudo o que sofreram, passaram, e buscaram, levou-os a um caminho que mostrou que, mesmo que tentassem ficar longe um do outro isso não daria certo. Mas agora que a paz evidentemente reinava, dariam a chance a si mesmos de recomeçar suas h...