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De mãos dadas, os noivos olharam bem a confeitaria.
Toda a vidraça mostrava os modelos dos bolos do lado de dentro, e o salão enorme aos fundos. O lugar era bem espaçoso, e contava com um grande jardim onde mesas brancas e largas eram postas para os noivos experimentarem e escolherem seus gostos para o casamento.

Logo, Adam e Mavi entraram sendo guiados por uma das funcionárias enfardadas num uniforme azul e dourado.
Uma delas já era conhecida por Adam, assim como o chefe de cozinha que não demorou para se juntar à eles, facilitando o caminho.

Foram apresentados para eles formatos diversos de bolo, doces, os alimentos que seriam os primeiro a serem servidos... Todos foram bem provados e discutidos, deixando apenas o sabor do bolo por último.

O sabor de chocolate, e da baunilha tornaram-se os preferidos dos noivos, e escolher entre um deles para ser apenas um para o bolo gerou uma breve conversa. No fim, foi decidido que seria os dois no bolo.

Os noivos agradeceram por toda a atenção ganhada, e juntos retornaram para os bancos de trás do carro, onde o motorista os esperava com a porta aberta.

- Está com fome, minha princesa? - Adam perguntou à Mavi, passando seu braço por trás do pescoço dela.

- Depois do tanto de doce que eu comi, nem sei o que é fome...

Os dois riram olhando um para o outro, antes de se beijarem mais uma vez.

- Como já usamos a maior parte da manhã e tarde, para resolver algumas coisas do nosso casamento, poderíamos fechar esse dia ainda juntos. O que acha?

- Será que não irão sentir a nossa falta?

- Que nada - deu de ombros - Olha, tem uma igreja aqui por perto. Podemos ficar pelo menos a metade do culto, caso já tenha começado.

- É verdade!

- Podemos pedir uma resposta de Deus para esse momento.

Mavi se empolgou mais ainda com a ideia.
Ela já tinha ido diversas vezes a igreja e a cada dia se esforçava em ler a palavra. Já tinha escutado sobre o batismo para a remissão de todos os pecados, por tanto, ali mesmo teve a consciência de que aquela decisão deveria ser feita de forma consciente e por Deus. Que a partir do momento em que aceitasse o Senhor em sua vida, daquela forma, não poderia viver como sua vida antiga. Então, ela estava esperando o tempo certo.

Novamente, Deus havia falado com sua alma por boa parte do culto em que eles conseguiram estar. Mavi se sentiu segura e ansiosa para aquilo, por tanto, ainda temia. Deus ainda confirmou o casamento dos dois, afirmando que independente da circunstâncias, Ele estaria presente. Em nenhum momento deveriam perder a fé, ou por o medo acima da crença em Cristo. Tudo iria ficar bem, no final.



Com um sorriso no rosto, Maria anotava na última linha do caderno. A maioria do que tinha escrito como importante, já tinha assinalado.

- Tudo está encaminhando tão bem para o casamento da minha filha - disse ela, trazendo o caderno contra o peito.

- E eu tenho certeza de que um dos sinais que tudo dará certo - contou Eduardo, a surpreendendo com um beijo na bochecha.

- Aonde você estava?!

- Ali, bem perto - a respondeu, sentando-se próximo - Vi que era você, e vim o quanto antes.

- Humrum, sei.

Eduardo sorriu, a beijando em seguida.

- E como vai a lista?

- Tudo em uma perfeita ordem - respondeu - Estou tão feliz de fazer parte da organização, mesmo que seja em coisas tão simples...

- Mas isso já dá um grande motivo para trazer alegria para a nossa filha, meu amor.

- Com certeza... - suspirou - E pensar que a minha menininha vai ficar um tempo longe de mim, já me dói o coração.

- Mas você sabe e entende. Adam e Mavi irão sair, irão viajar, e ter um tempo apenas deles. Estarão casados, e precisam entender o quão é importante estar um do lado do outro.

- Eu sei, eu sei... - estalou a língua - Mas é que a Mavi é tão única, que eu não consigo imaginar uma manhã que eu não vou vê-la com aquele sorriso, e a ter ao meu lado no café da manhã.

- Pois nós dois teremos que nos acostumar, caso eles não morem aqui na cidade.

- Ai, nem me diga - murmurou encostando sua cabeça na almofada atrás de suas costas.

Eduardo a olhou por um tempo.

- Nós também podemos viajar nesse meio tempo.

- E deixar a minha irmã sozinha?

- Ela é quem você nem deve se preocupar tanto. Virão conhecidos do Adam, e eu não duvido nada de que ela possa se encantar por um deles.

- Eduardo...

- Mas eu não estou mentindo. E além do mais, Vera já poderia achar pelo menos um amor.

- Ela e Lúcia insistiem dizendo que elas mesmas são o amor da vida delas.

Eles rolaram os olhos, soltando uma risada no final.

- Mas a Lúcia é um pouquinho boba ao pensar só nisso, o meu irmão já vem dando alguns sinais.

- Sinais para vocês, mas muita confirmações para nós homens.

Maria o olhou surpresa.

- Está falando sério?

- Seríssimo - afirmou - Segundo Ramón, Lúcia é uma mulher diferente, uma pessoa que nunca encontrou em algum outro lugar.

- Vocês homens sempre dizem isso.

- Quando realmente amamos alguém, sim. Como eu... só sinto isso com o meu alguém, que é você.

- Ah, bobão - ela sacudiu o ombro dele, testemunhando um dos sorrisos igual ao de sua filha. - Mas então... - ela ajustou a coluna mais uma vez - Em relação em viajarmos, poderíamos levar as crianças.

- As crianças?

- Sim. O Bento, o Paulo e a Sol.

- Mas meu amor, eles ainda estão estudando.

Maria cruzou aos braços.

- É, tem isso ainda.

Eduardo notou uma pequena pontada de tristeza na voz de sua esposa.

- Então... - murmurou, pensando em uma solução - Se você realmente quiser, podemos viajar por duas semanas com eles. Mas antes, é claro, conversaremos com a direção da escola e com a Vera.

- Isso não é uma má ideia - deu de ombros - Mas vamos pensar nisso um pouquinho mais tarde. Devemos nos preocupar com o evento mais importante que acontecerá nesse final de semana!

- Com certeza! - ele sorriu, grato, mais uma vez, por fazer parte da organização do casamento da sua filha amada.

Simplesmente, Você | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora