51

12 3 0
                                    

Com seus braços fechados em frente ao peito Mavi deu um longo suspiro para a estrada de pedregulhos, parada próxima a fonte. Já haviam se passado alguns dias desde que haviam chegado de viagem e se instalado na mansão.

No entanto, um medo distante passou a incomodar as suas noites. Dentro os diversos motivos, poderia ser sobre o seu dia de dar a luz, que não demoraria para chegar — e por sua sogra ainda não estar presente, poderia ser uma das maiores razões. A mulher estava confiante em ser isso.

Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto ao identificar seu esposo dentro do carro que não demorou para ser estacionado. Ela esperava que a mãe dele estivesse junto, portanto, ela não estava.

Adam a cumprimentou com um beijo nos lábios, antes de apoiar suas mãos nas mechas louras de Mavi.

— Como está sentindo, meu amor?

— Estou me sentindo bem.

— Tem certeza? Seu rosto não diz o mesmo...

Ela deu de ombros, levando seus dedos ao colar sobre a pele do seu pescoço.

— É impressão sua.

— Você não me engana mais, senhorita — ele cantarolou, levando suas mãos a barriga que admirou por todos aqueles meses. — Nem ao nosso bebê.

Mavi gargalhou, negando com sua cabeça.

— É sério, eu estou bem. Se estou com essa carinha é por conta da minha ansiedade — ela disse, por fim — É bem estranho que a sua mãe não tenha vindo junto com você.

— É...

Adam deu um longo suspiro, recuando um passo para cruzar os braços.

— Acontece que o seu tio foi bem insistente e eu não pude dizer muito, ele conseguiu ganhar de mim em todos os argumentos.

— O meu tio? — ela indagou, surpresa —  O meu tio Ramón?

— Quem mais seria? — sussurrou, envolvendo seus braços ao redor da cintura de Mavi. que ainda estava muito confusa — Ele se ofereceu então...

— E você simplesmente deixou?

— O que eu mais poderia fazer, meu amor?

— hmmmmm. Esses dois juntos, eu não sei...

Adam preocupou-se com o comentário de sua esposa. Mesmo sendo uma pessoa de bons conselhos, opiniões, e direcionado pela boa razão, sempre dava ouvidos o que a sua mulher tinha a dizer.

— Por que? Você acha que eles podem acabar brigando?

— Ou pior que isso... ou não. Não sei. Mas talvez eles tenham mudado.

— Eu espero que sim, se não terei que escutar bons sermões da minha mãe com quase trinta anos nas costas.

— Você ainda tem seis anos Adam...

— Ainda assim está próximo.

Eles trocaram uma risada baixa.

— Ai, Adam... Só você mesmo.

— Sei que sou único — disse convencido, aproximando seu rosto para beijá-la rapidamente.

— Hmmmm, bobinho — ela brincou — Venha, vamos entrar — incentivou, esfregando suas mãos nos braços de Adam — Está fazendo muito frio aqui fora.

— Tem razão, vamos...

Eles se beijaram mais uma vez, antes de se virarem na direção da mansão com sorrisos estampados em seu rosto.

Simplesmente, Você | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora