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No entanto, Mavi não acordou tão bem na manhã seguinte com seu humor. Sempre com os braços cruzados, olhos estreitos e quase a todo momento sendo revirados. Ainda não tinha aceitado ter sido contrariada, e não ter reagido. Uma boa justificava seria também estar preocupada consigo mesma, mas ainda assim, estava crente de que tudo não passava de um mal entendido e logo melhoraria.

— Talvez eu não demore tanto para voltar, o seu tio o seu pai disseram que não vamos tomar tanto tempo — anunciou Adam, dando uma última puxada nas golas da camiseta abaixo do paletó, para cima.

Ele deu uma olhada rápida para Mavi, a qual estava sentada em um dos sofás do quarto com o rosto bem emburrado e os braços presos em frente ao peito. O homem deu uma pequena risada, e em um giro caminhou até a ela.

Ele se agachou, pondo suas mãos sobre as dela.

— Ainda com raiva de mim?

Mavi estreitou os olhos mais uma vez.

— Ah, entendi — ele assentiu — Olha... talvez isso piore seu humor mas, amanhã bem cedo iremos ao hospital — contou. Não escutando mais nenhuma resposta, se levantou — Até mais tarde, meu amor.

Ele facilmente iria seguir seu caminho, se o seu pulso não fosse tomado à tempo. Voltando-se a quase se agachar, olhou para os olhos que o esperava.

— Promete não demorar muito?

—... tentarei chegar o mais cedo possível — a respondeu num tom manso.

— hm — murmurou, o puxando com suas mãos. Ao dar um beijo e se afastar, um sorriso dançou em seus lábios — Se cuide...

— Você principalmente — ele pediu. Antes de deixá-la, a deu mais um beijo.

Mavi respirou fundo, contendo toda a carga dentro do seu coração. De repente, tudo parecia estar sendo vivido demais, sendo de uma forma tão intensa que a fazia encolher os pés e querer enfiar a cabeça entre as cobertas.

As horas passaram e ela não quis ficar no quarto, passou pela sala e buscou o quanto antes o jardim. Seus pés hesitaram quando suas mãos finalmente encontraram com o balanço. A nostalgia rondou seu ser, e em um instante Mavi se assentou. 

Pela vertigem que sentiu em poucos segundos, franziu o nariz.

Talvez, realmente, Adam estivesse certo em levá-la ao hospital. Ela mal balançou-se que sua cabeça pareceu dar um giro de trezentos e sessenta. Envés de pensar em uma forma positiva para tudo aquilo, aborreceu a si mesma e cerrou seus braços em frente ao peito.

Maria, que até então fazia companhia para sua irmã e sobrinha, deixou o que tinha para ver sua filha. Mady, que já lhe era como uma amiga próxima, fez questão de acompanhar com saltos e latidos. As duas conseguiram a atenção de Mavi, mas não a melhora no humor da mulher.

Mady chegou a lamber o joelho dela, mas o que ganhou foi apenas um sorriso pequeno.

— Posso saber o que está afetando a minha filha querida? — Maria a indagou.

— Não é nada, mãe — respondeu Mavi.

— Não acho que seja verdade — argumentou, sentando-se ao lado dela.

Mavi sabia que manter-se calada não iria ajudar em nada quando se tratava de sua mãe. Ela até a olhou algumas vezes, enquanto os dedos dos seus pés rasteijaram pela grama. Mas de nada adiantou. No fim, ela bufou e soltou seus braços.

— É o Adam, mãe.

— Adam? — Maria estranhou quando o nome dele foi citado — Ele te fez alguma coisa?

Simplesmente, Você | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora