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Dias que se tornaram semanas, e semanas que se transformaram em meses. E de repente, dois anos desde que tudo aconteceu.

Mesmo sendo um tempo longo, foi transformador tanto para um lado quanto para outro...

Mavi teve suas feridas curadas com todo o amor que seus pais lhe depositaram. Ela já não se lembrava de tudo o que viveu com dor, mas sim como algo que serviu para a sua construção. Seus pais já tinham renovado os votos, e mais do que nunca mostravam união.

Cumprindo com sua palavra, Mavi aproveitou os últimos dias de vida do seu avô ao lado dele. O deu motivos para sorrir, e nunca chorar de tristeza. Com todo o amor ganhado de sua neta, e com ela sempre lhe falando sobre a bíblia, Dominique viu o quanto Deus era importante em absolutamente tudo, reconheceu os seus erros e pecados.
Um dia antes da sua partida, ele entregou a sua vida à Jesus. Os seus filhos sentiram uma dor imensurável, por não ter mais ele por perto, por ter apenas eles mesmos para se apoiarem como família. Mas ao lembrarem-se da bondade de Deus, de que Dominique estava descansando, passaram a se consolar.

E claro, teriam três pessoas pequenas que não os deixariam chorar em paz. Os meninos mostravam vitalidade com seus corpinhos fortalecidos, e mentes renovadas. Tudo o que mais pensavam eram em estudar, brincar, e sempre estar em família.

E naquele momento, saltaram de alegria estando ao redor da jovem, que mais amavam, assoprando a vela do seu bolo de vinte e três anos.

Mavi gargalhou com a alegria tão nítida em cada um, agradecendo em seu coração por viver aquilo.

Cindy, a empregada mais próxima, a chamou. Ela não pode compreender no primeiro momento, já que todos os convidados estavam ali presentes e já tinham sido fechada a lista. Portanto, partiu para verificar o que poderia ser.

- O que houve, Cindy? - a perguntou.

- Tem uma surpresa para você, lá fora... - anunciou.

A jovem hesitou com uma das sobrancelhas levantadas.

- Você poderia me dizer qual seria?

- Seu eu contar não será mais surpresa.

As duas riram instantaneamente.

-... não vai me falar mesmo? - Mavi murmurou, coçando uma de suas sobrancelhas.

- Hummmm, não. Vai ter que ver com os próprios olhos.

-... está bem, então... Fique de olho nas crianças por mim... - pediu, afastando-se.

- Pode deixar!

Mavi seguiu seu caminho até a porta da moradia - ela mesma a abriu, já que o mordomo ainda estava de férias, e a fechou atrás de si. No hall, esfregou suas mãos olhando para todos os lados, à procura de qualquer sinal.

Porém, toda a sua curiosidade cessou ao deparar-se com o homem que saiu vagarosamente por detrás de um dos carros estacionados, segurando um buquê em uma de suas mãos.
Mavi deu saltos enormes, manifestando toda a alegria dentro do seu coração, e com esses mesmos disparou para quem amava.

- Mavi! - exclamou ele.

Adam a girou enquanto teve todo o seu rosto beijado e afagado pela mulher. Mesmo que tivessem se passado aqueles dois anos em que mantiveram comunicação por meio de aparelhos e cartas, nada pôde separá-los ou dar motivos para que o sentimento dentro de seus corações chegassem ao fim.

Cada segundo que passaram longe um do outro, mais o amor cresceu.

Ao pôr a mulher da sua vida em sua frente, ele suspirou.

Simplesmente, Você | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora