Capítulo 50

1.6K 162 34
                                    

Beatriz

Senti o líquido flamejante descer pela a minha garganta e dei um sorriso. Eu amava café, principalmente nos dias em que estava mais friozinho. Saí andando pela a casa com a caneca na mão, mas antes que eu chegasse perto do primeiro quarto de hóspedes notei uma pequena cabeleira me olhar com uma carinha linda de sono.

Beatriz: Oi amor, já acordou? - perguntei me abaixando para ficar da sua altura e  dar um abraço.

Ela me abraçou e falou o "bom dia" mais lindo do mundo. Era muito fofa, linda demais.

Beatriz: Que tal ir comigo acordar o Chato do Ravi? - falei e ela apenas balançou a cabeça confirmando.

Entrei no quatro e o bonito tava todo jogado na cama. Me aproximei fazendo um gesto para a Bela que me olhou e deu um risinho toda sapeca.

Beatriz: Ei, meu plincipe, tá hora de acordar, coisinha linda da Bia, você não pala de roncar e a gente não consegue dormir, ô deus, ti coisa tão linda... - Falei com a voz de bebê enquanto abraçava o garoto que começou a reclamar.

A Bela começou a rir e ele como sempre já fechou a cara.

Ravi: Que mané bebezinho, sou sujeito homem rapá - reclamorou passando a mão no rosto.

Beatriz: É sim neném, o suzeito homi mais lindo da minha vida - continuei na brincadeira.

Depois de muita luta ele enfim levantou e foi pra a mesa tomar café.

Beatriz: Não adianta você me olhar assim, nada de pastel e coxinha pela manhã - falei brava.

Ravi: Que parada chata, não vou comer essas parada que tu quer não. - falou com raiva.

Beatriz: Você vai comer comida de verdade. - reclamei.

Ravi: Eu quero que tu me diga qual é a de mentira? - falou debochando.

Passei a mão no rosto mais uma vez, eu estava pegando a mesma mania do Pedro Henrique. O moleque sentado na minha frente estava fazendo Bira, porque só quer comer as porcarias da rua.

Beatriz: Eu vou enfiar esse pão na tua boca. - falei com raiva.

Antes que eu pudesse terminar de falar ele pegou o pão e começou a comer de cara fechada. Eu tava puta, mas acabei ganhando essa guerra.

Pedro Henrique: Que gritaria é essa? - falou entrando na cozinha com uma cara de sono.

Ele estava tão perfeito como sempre, só de short e sem camisa, tão lindo como sempre foi. O meu coração errou una batida, eu o amava tanto que era difícil imaginar uma vida longe dele.

Ele andou até mim e assim que a sua mão me puxou em direção, seu rosto te aproximou do meu e ele me cumprimentou com um selinho rápido.

Era incrível, antes mesmo que os seus lábios tocassem os meus eu já o sentia em mim, eu me entregava de uma forma tão intensa que tudo a minha volta desaparecia.

Ravi: Aí, vão pro quarto, parada mó feia na frente da menina. - falou debochando enquanto tinha as mãos no rosto da bela que começou a rir da brincadeira.

Senti meu rosto esquentar, a vergonha me tomou e o Pedro Henrique deu uma risada tornando um clima descontraído.

Pedro Henrique: Tu tá folgado demais. - falou olhando pra o Ravi que ficou todo sem graça.

Ravi: Aí, tu tá ligado que te respeito muito né? Mas essa fita de comer essas parada de fruta não é pra mim não. - falou pra o Pedro Henrique que começou a gargalhar.

Pedro: Tá achando que a vida é uma uva? - falou rindo.

Ravi: Namoral mermo, sem condições. - reclamou mais uma vez.

Cruzei os braços e fuzilei ele com os olhos.

Beatriz: Tu só sai daqui hoje quando tu comer tudo. - falei séria.

Pedro: Eu acho melhor tu se adiantar parceiro, marca dez que eu vou subir de carro e se tu não tiver comido essas parada tu vai subir andando pra a boca. - falou sério olhando pra o Ravi que virou os olhos.

Bela: Eu já terminei. - falou sorrindo pra mim enquanto esticava o prato em minha direção.

De canto de olho vi que o Pedro mal olhou pra ela e assim que ela falou ele já foi se levantando dando uma desculpa que já tinha que "partir pra a boca".

Me senti mal, mas por dentro torci que isso só fosse uma fase e que aos poucos ele conseguisse encarar aquela criança que não tinha culpa de nada.

-----------------------------------------•••••••••••••••••


LEÃO (2° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora