Capítulo 15

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Ana Beatriz

Ouvi o silêncio do outro lado da linha, mas logo depois ouvi a sua voz raivosa.

Pedro Henrique: Não é pra ir pra pagode nenhum não. Quero tu em casa, mas tarde eu passo lá pra te ver, ou mando algum vapor ir te buscar pra me encontrar, se ligou? - falou sério.

Ana: Tá certo. - falei rápido em seguida ele desligou sem se despedir.

Alguns minutos depois o vapor chegou pra me buscar e eu apenas segui pra casa com o coração cheio de felicidade, pois eu iria ver o meu amor.

Assim que cheguei em casa, já corri pra tomar um banho, me arrumei toda e fiz questão de caprichar no perfume. Passei uma maquiagem leve, tudo bem discreto e assim que sai do quarto a minha mãe me encarou.

Maria: Como você tá linda, filha? - falou e deu um sorriso.

Ana: Para mãe, não tenho mais doze anos. - falei sorrindo enquanto abraçava ela.

Maria: Pra onde você vai tão linda assim? - Me perguntou.

Ana: Mãe, eu vou sair com o Pedro. - falei e na mesma hora ela mudou a expressão.

Achei que ela fosse falar, tentar me convencer a me afastar dele, mas não. Ela apenas me olhou de uma forma triste. Fiquei mal na mesma hora, eu não gostava quando ela me olhava assim.

Ana: Escuta, amanhã vamos sair a tarde? Que tal ir ao shopping, já faz um tempão que não vamos. - falei tentando animar ela.

Maria: Tudo bem meu amor, só quero que você saiba que eu sempre vou estar aqui, tá bom? Você nunca vai estar sozinha, se um dia, qualquer dia, você precisar desabafar eu vou estar aqui, nunca esqueça que também somos amigas. - falou me olhando.

Ana: Eu te amo!- falei sorrindo pra ela.

Maria: Eu te amo desde o dia que te vi pela primeira vez. - falou e me encheu de beijos.

Fomos interrompidas pela buzina de uma moto. Achei que era Pedro Henrique, mas quando saí dei de cara com um vapor que apenas me encarou e disse:

- O patrão mandou eu vir te buscar.

Subi na moto e segui junto com ele passando por vários becos e vielas do morro. Assim que ele parou em um dos barracos eu apenas entrei, dando de cara com Pedro Henrique deitado em uma cama enquanto assistia televisão.

Ana: Oi, fiquei tão feliz quando soube que você estava aqui- falei e caminhei em direção a ele que apenas me olhava.

Ele não me respondeu nada, então eu continuei a falar:

Ana: Pensei que a gente podia sair, sei lá, ir pra algum lugar. - sugeri novamente.

Pedro Heneique: O que eu quero contigo da pra fazer aqui, tava pirado de desejo por tudo. Tu não sai da minha cabeça. - falou e me puxou em direção a ele.

Não senti verdade nas suas palavras, mas resolvi colocar esse pensamento de lado e me entregar mais uma vez a ele.

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É assim que começa, daqui pra frente é só pra trás.

LEÃO (2° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)Onde histórias criam vida. Descubra agora