Ana Beatriz
Ana: Oi amor - falei enquanto me acomodava no banco do carro.
Pedro: Oi vida - falou sorrindo mais uma vez e se aproximou de mim para me beijar.
Os meus lábios encontraram os meus e senti como se fosse a primeira vez que nos beijávamos. Eu o amava cada dia mais, mas ultimamente me sentia mal por perceber que eu jamais seria correspondida.
Acabei me afastando com esse pensamento. Interrompi o beijo e acabei me afastando empurrando o seu peito de leve.
Pedro: O que foi? - perguntou sem entender a minha reação.
Ana: Pedro, até quando você vai desconfiar que eu vou te fazer mal? Tô cansada de viver com você pela metade. Sei que desde que a gente ficou junto você sempre foi sincero comigo e me disse que não ia conseguir me amar, mas o tempo passou, temos uma família e você segue desconfiando de mim - falei com raiva e tristeza.
Ele passou a mão no cabelo e isso indicava o quanto ele ficava nervoso ao tocar no assunto.
Pedro: Aí eu gosto de tu, namoral mermo, mas tu fica cobrando uns bagulho nada haver. - falou tentando usar alguma desculpa.
Ana: Você não consegue nem me olhar para dizer na minha cara que confia em mim, justamente porque você não confia. - falei séria olhando pra ele que se esquivava do meu olhar.
Pedro: Para com isso vida. Esquece isso, vamo fazer uma viagem maneira pra tu tirar essas paradas da mente - falou tentando encerrar o assunto.
Todas as vezes que eu tentava conversar com ele isso acontecia. Todas as vezes eu tentava esclarecer, mas ele encontrava um jeito de empurrar o assunto até que eu supostamente esquecesse. Mas dessa vez eu não iria esquecer.
Ana: A partir de hoje não vamos mais ficar juntos. Temos crianças que precisam de nós dois e que não vão sofrer com a nossa separação porque vamos agir da forma certa. - falei séria e ele me olhou incrédulo.
Pedro: Tu tá louca? Que parada é essa? - perguntou abismado.
Ana: Eu não quero uma pessoa que não confia em mim. Que não consegue nem me olhar nos olhos e dizer que me ama. - falei decidida.
Pedro: Tu vai querer jogar fora tudo o que a gente construiu junto? - perguntou com raiva.
Ana: Construímos uma família, mas não construímos um amor. Você vai continuar na vida das crianças, você é o pai deles e não vai se afastar, porque se você fizer isso, eu mesma vou te matar. - falei séria.
Pedro: Aí, quem tá colocando essa fita na tua cabeça? - perguntou indignado.
Ana: Estou apenas te falando a verdade. Amanhã você vai tirar as suas coisas de lá e vai procurar uma casa no morro, já que vai ser mais fácil você sair do que eu sair com as crianças. Lá já está tudo organizado, os quartos deles e tudo o que eles precisam. - falei tranquila.
Pedro: Cara, tu tá drogada? Que fita errada mané, sem condições tio. - falou com raiva.
Ana: Você pode ir lá ver as crianças a hora que você quiser, tudo vai continuar igual, só vai mudar o fato de que você e eu não vamos mais estar juntos. - falei por fim saindo do carro.
Entrei na faculdade com os olhos úmidos de lágrimas. A dor no meu coração era grande, mas eu sabia que a escolha que fiz era a certa. Eu sabia que ele me amava, mas ele nunca iria admitir isso caso eu não me afastasse.
No meu interior eu torcia para que o ditado: "Só se dá valor quando se perde." De faro fosse verdadeiro e que ele realmente percebesse e admitisse que me amava.
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LEÃO (2° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)
RomanceROMANCE DARK Ana Sabe o amor de infância de toda menina? Aquele amor platônico que te enlouquece e você faz de tudo para vivê-lo? Desde pequena eu o via pelo morro e tinha certeza que ele seria o homem da minha vida. Ele tinha um jeito frio, sempr...