Ana Beatriz
Os dias passavam rápido, já fazia quase um mês desde que a bela entrou nas nossas vidas. Aos pouquinhos a convivência fez ela ficava mais tranquila e pouco a pouco ela confiava mais na gente.
Bela: Coloca aquele ali...- falou apontando pra um desenho de uma princesa.
Apertei o controle em direção a televisão e encarei o bonito que estava deitado no sofá ao lado.
Ana: Você pode, por favor, ir tomar banho? - perguntei pela terceira vez.
Ravi: Já tô indo... - repetiu novamente.
Ana: Eu não vou pedir novamente. - falei séria e ele deu um sorriso debochado.
Era sempre assim, ele adorava me ver perder a paciência. Eu juro que tentava ser compreensiva, mas ele ficava com deboche e eu simplesmente surtava.
Apesar de ser tão jovem, ele já se comportava como um adolescente, e depois que o Pedro deu essa porcaria de celular a ele, eu passava a maior parte do tempo surtando, porque ele só queria saber das merdas de jogos online.
Um barulho na porta me fez olhar em direção e assim que vi o Pedro notei que ele estava diferente. Por mais que eu não quisesse notar ele continuava evitando os mesmo lugares que a bela.
Ele passava o dia todo trabalhando e aquele era o primeiro dia dos últimos dez que ele chegou cedo. Afinal, ele só chegava quando a bela já estava dormindo.
A princípio eu achei que podia ser impressão minha, mas conforme o tempo passava eu confirmei as minhas suspeitas.
Ana: Oi amor, vem assistir com a gente. - falei sorrindo, insistindo mais uma vez.
Pedro: Deixa eu só tomar um banho e já desco. - falou sério e subiu em direção ao quarto.
Deixei as crianças ali e sair em direção ao quarto. Sentei na cama tentando ensaiar como iniciaria aquele conversa. Mas a cada vez eu me sentia ainda mais perdida.
Assim que ele saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura percebi que conversar com ele seria ainda mais difícil.
Ana: Pedro, está na hora de você começar a enfrentar a bela. Ela é só uma criança. - falei cuidadosa.
Ele ficou calado, mas após um tempo sem me olhar respondeu:
Pedro: Para de viajar, tu tá ligada que eu tô de boa. - tentou mentir.
Ana: Você não está de boa, pelo contrário. A cada dia você passa menos tempo em casa. Você só fica na rua encontrando desculpas pra não ficar aqui e só chega quando sabe que ela está dormindo. - falei séria e ele ficou calado.
Ana: Você não sabe nada sobre ela, eu estou lutando por eles, tô tentando ser pra eles o que eles não tiveram, tô fazendo isso por você e por eles, tentando construir uma família com você, mas se você não começar a tentar também, vou parar de insistir e simplesmente não fazer mais questão da sua presença. - desabafei com os olhos úmidos.
Ele se aproximou de mim, seu rosto procurou o meu e ele me encarou sério.
Pedro: Aí, eu vou tentar, se ligou? Mas é foda olhar pra ela e lembrar da vagabumda que colocou ela no mundo. - falou com raiva.
Ana: Eu sei que pra você é difícil, mas se você continuar evitando, nunca vai conseguir superar - falei séria.
Ele me abraçou com um misto de ternura e amor. Ele era tão importante pra mim, mas eu não conseguia sentir que ele realmente me amava.
Nos últimos dias eu pensei em colocar um fim no meu relacionamento com ele, que apesar de tudo, eu sentia que ele sempre tentava se manter distante de mim.
Eu lutaria pela a família que estávamos construindo. Que apesar de nada convencional me levava a amar cada vez mais.
Conviver na daquela casa, tentar acolher ainda mais as duas crianças que eu sentia serem tão minhas me deixava complementamente feliz, mas eu sabia que por mais que o Pedro fosse carinhoso e dedicado a mim, ele não me amava, não como amou a mãe a bela.
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LEÃO (2° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)
RomanceROMANCE DARK Ana Sabe o amor de infância de toda menina? Aquele amor platônico que te enlouquece e você faz de tudo para vivê-lo? Desde pequena eu o via pelo morro e tinha certeza que ele seria o homem da minha vida. Ele tinha um jeito frio, sempr...