Ana Beatriz
Já faziam três anos que os meninos haviam entrados nas nossas vidas. A rotina que seguíamos todos os dias era incrível, eu os amava mais e mais.
Eu e o Pedro seguíamos juntos. Crescemos muito e evoluimos como casal a cada dia, mas eu sabia que a sombra do seu passado ainda era parte dele.
Ele me tratava bem, me elogiava, saímos juntos, fizemos algumas viagens com e sem as crianças, mas eu sabia que ele nunca se entregava cem por cento a mim.
Por muito tempo achei que isso fosse passar, mas mesmo hoje após tanto tempo ele ainda continuava preso no passado. Eu sabia que ele desconfiava de mim, não acreditava que eu estivesse com ele por amor e que eu jamais o deixaria.
A Bela estava tão linda, agora com seus nove anos e um humor tão leve e meiga. Ela era linda a minha mocinha. Já o Ravi estava um adolescente daqueles.
Durante todo esse tempo ele fez várias consultas com o psicólogo e após um tempo também teve que ir para o Psiquiatra. Em seguida fecharam um diagnóstico sobre a sua dificuldade em controlar a raiva.
O meu menino tem um distúrbio que se chama TOD ( transtorno opositor desafiador) isso indica que ele tem muitas dificuldades no comportamento, muitas vezes ele é agressivo e não consegue se controlar.
Receber esse diagnóstico foi um baque pra mim. Só assim eu consegui compreender melhor o que ele falava sobre a raiva que sentia cada vez que alguém o criticava.
Hoje ele toma uma medicação simples e continua fazendo acompanhamento psicológico. Tenho muito medo dos impactos que esse distúrbio pode causar na vida dele, mas como mãe vou fazer de tudo para ajudá-lo.
Ana: Que princesa linda! - falei enquanto terminava de arrumar o cabelo da Bela.
Bela: Obrigada mamãe- falou me imitando.
Eu sorri mais uma vez, essa menina ia dar muito trabalho, eu já até conseguia imaginar no futuro.
Ravi: Aí namoral, maior tédio essa casa. - reclamou mais uma vez.
Ele estava com raiva porque não deixei mais que ele ficasse indo pra a boca com os supostos "parceiros". Eu sabia que era questão de tempo até que ele quisesse tomar álcool ou até se envolver com coisas piores e misturar essas coisas com os remédios, definitivamente não era uma boa ideia.
Ana: Pronto, amor, já terminei. - falei pra a Bela ignorando o Ravi porque não vou permitir que ele permaneça indo para um lugar que incentiva ainda mais a violência.
O Pedro não só concordou comigo como ordenou que ninguém vendesse nada ao Ravi. Sabíamos bem que a cada dia ele queria ser o mais adulto possível.
Ana: Ravi, você vai cuidar da Bela e você princesa, vai se comportar na casa da Agatha. - falei para os dois.
Ana: Eu vou chegar tarde da faculdade e assim que o Pedro sair do trabalho ele vai buscar vocês lá. Tá certo? - perguntei para ambos.
Bela: Tá certo - falou sorrindo já que ela amava ir pra lá brincar com as meninas e eu nem preciso dizer que o Alemão fazia todas as vontades delas, né?
Ravi: Aí, vou detonar no Play hj - falou se achando já que todas as vezes eles ficavam fazendo vários campeonatos com meu cunhado que só tinha tamanho, porque a maturidade era zero.
Sinceramente, a casa da Agatha mais parecia uma pensão. A família era grande e com a nossa chegada aumentou ainda mais. Mas eu os adorava, eles sempre nos trataram muito bem, me ajudando com as crianças e também na minha relação com o Pedro.
Falando neles, provavelmente teriam que se mudar e iriam para fora do Brasil. O Alemão iria mudar de cargo na facção e provavelmente o Pedro teria que assumir o morro junto com o Laranjinha.
Ainda estavam finalizando as coisas, mas eu sabia que logo tudo iria mudar e de certa forma eu tinha medo disso, pois o Alemão ficava sempre de olho no Pedro. Mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde o Pedro teria que seguir com as próprias pernas.
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Mudança de tempo necessária para as coisas que estão por vir!
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LEÃO (2° Temporada da Trilogia: Realidade da Favela)
RomanceROMANCE DARK Ana Sabe o amor de infância de toda menina? Aquele amor platônico que te enlouquece e você faz de tudo para vivê-lo? Desde pequena eu o via pelo morro e tinha certeza que ele seria o homem da minha vida. Ele tinha um jeito frio, sempr...