- Aylla, tem certeza de que da conta de cuidar deles?- Eu não Isa, mas Enrico dará. Fique tranquila.
- Agora você me acalmou bastante, obrigada. Por garantia não quer levar a babá para ajudar?
- DE JEITO NENHUM!! - A ideia era justamente mantê-los longe daquela mulher.
- Já entendi, não precisa gritar.
- É que quero ficar a vontade com eles, só isso. - tentei disfarçar, falhando descaradamente.
Fui chamar Enrico para irmos embora e o peguei cochichando no jardim com Karim. Me aproximei sorrateiramente e ouvi parte do assunto.
- ... Impossível Karim. Não tem como uma pessoa simplesmente evaporar no ar. Como a policia não consegue localizar esse cara? Não entendo.
- Eu me pergunto a mesma coisa. Mas em algum momento ele dará as caras Enrico, ai será minha vez de acertar as contas com aquele filho da puta.
- Meu único medo é ele conseguir se aproximar da Aylla. Se isso acontecer, nem sei do que sou capaz. Mato aquele cara... Vou parar na cadeia, mas ele não sairá vivo dessa história. O mandarei para o inferno sem o menor remorso.
- Pois conte comigo. Dessa vez não o deixarei escapar.
Dei um passo para trás, tentando assimilar o que aqueles dois estavam falando e me recompus. Despretensiosamente, fui até eles, que se calaram no mesmo instante em que me viram.
- O que meus dois garotos estão cochichando pelos cantos? - Me aproximei e sentei no colo de Enrico, que me abraçou. Era nítido seu desconforto, mas preferi não tocar mais naquele assunto que pairava sobre nossas cabeças o tempo todo.
- Nada demais, apenas jogando conversa fora, papo de homem, pequena.
- Bem. Papo de homem é sobre mulher, futebol ou carro.
- Digamos que um pouco de cada, abla. Mas tenho certeza que não é um assunto que te interessa.
- Melhor irmos embora pequena, as crianças já estão quase dormindo e aposto que seu irmão também quer descansar.
- Duvido que descansarão sem as crianças em casa, mas é melhor irmos mesmo. Também estou precisando da minha cama.
- Vocês dois comportem-se, meus filhos estarão lá, não se esqueçam.
- Não se preocupe abi, sei muito bem me comportar com visitas por perto.
- Sei bem... lembro bem como foi da última vez que dormiram aqui... melhor nem me lembrar.
Apenas fiz uma careta e Enrico se levantou ainda comigo no colo. Me colocou no chão suavemente e nos arrumamos para partir. Mas meu maninho nos alugou como sempre.
- Vocês já decidiram finalmente qual será a data desse casamento?
- Ainda não, sua irmã está me enrolando, mas já avisei que sou um homem de família e se demorar para se decidir ficarei mal falado.
Dei um tapa em sua barriga e rimos de sua fala inusitada.
- Não estou te enrolando, apenas temos coisas para resolver antes, mas já aviso que quero algo simples, apenas uma cerimonia para nossa família.
- Você? Aylla Barysh, não quer uma multidão a sua volta? Não te reconheço mais.
- Nossa família será essa multidão. Não precisamos de mais ninguém. Vou me casar porque amo Enrico e não para agradar platéia. Não precisamos de público para proferir nosso amor. Quero apenas as pessoas que, com certeza, estarão lá porque nos amam e torcem de verdade por nossa felicidade.
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Vidas Cruzadas Parte IV
Romance🌹 Não há remédio para o amor, a não ser amar mais 🌹 O amor de Enrico é posto à prova quando Aylla se fecha em suas feridas e tenta a todo custo protegê-lo. Esse amor não poderá ser vivido plenamente até que consigam se livrar do mal que os asso...