Cap. 29 - Enrico

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- Enrico, o que houve? Você está pálido - Aylla surgiu atrás de mim, visivelmente nervosa.

- Não é nada. Problemas na empresa.

- Sei que não é isso, o que houve? Aconteceu algo com alguém da família?

- Não amor, estão todos bem. É coisa minha mesmo.

- Pode parar. Odeio quando mente pra mim e você é um péssimo mentiroso. Vou atender o telefone e terminaremos essa conversa. - Ela entrou. Nem tinha ouvido seu celular tocar, quando o meu também tocou. Era Isa.

- Oi Enrico, tudo bem? Você está bem?

- Indo Isa. Você e as crianças, estão bem, aconteceu algo? - Ultimamente qualquer ligação vinda de minha família me deixava em alerta máximo e fazia meu coração disparar só de ver o nome na tela do meu celular.

- Aconteceu, mas foi algo bom. A Giulia entrou em trabalho de parto. Estamos indo para a maternidade. Achei que você gostaria de estar lá com a gente.

- Com certeza. Vou avisar a Aylla e já iremos.

- Vocês estão juntos? Reataram?

- Depois te explico melhor. Mas estou aqui com ela.

- Espero que não estejam brigando novamente. Venham rápido!

- Aylla! - chamei mas ela não respondeu. - Entrei no quarto e a peguei chorando sentada na cama e abraçada à amiga. Então, me ajoelhei em sua frente e levantei seu rosto banhado em lágrimas. Emma se despediu com um beijo na testa e disse que nos encontraria no hospital.

- O que houve pequena? O que aconteceu?

- Era para sermos pai, Enrico. Era para nosso pacotinho estar aqui com a gente. E estou me sentindo péssima por estar triste num momento tão lindo que está para acontecer com a Giulia.

- Não fica assim amor. Nossa vez vai chegar também. Nós vamos alcançar essa graça. Só precisamos ter paciência.

- Ele tirou tudo de nós... De mim. Eu o detesto tanto por tudo, mas por ter tirado nosso filho de nossos braços me deixa com um ódio cego. Eu quero que ele morra, Enrico.

- Ele vai ter o que merece, em vida e no inferno quando eu o mandar para lá.

- Eu estou muito feliz pela Giulia, não me entenda mal. Mas queria que fossemos comemorar com nosso filho nos braços. Isso me deixa péssima. Me sinto um ser humano horrível.

Eu a abracei e ela deitou seu rosto em minha cabeça. Ambos choramos. Quando levantei a cabeça, ela secou minhas lágrimas e me deu um beijo terno.

- Quem te ligou avisando?

- Karim. Ele está com a Giulia. O Júlio está voltando de uma viagem e vai direto para o hospital.

- Vamos para lá então.

- Vamos. Só preciso me trocar. - Ela foi ate o closet e se arrumou rapidamente. Mas quando foi passar seu perfume, sentiu ânsia e correu para o banheiro.

- Aylla, vou aproveitar e te passar no medico. Não é possível que seja efeito da bebedeira. Você deve estar com gastrite nervosa.

- Ele vai me dar é glicose. Essa ressaca não acaba nunca.

- Provavelmente. Mas vamos logo. Não quero perder o nascimento de nossa sobrinha.

- Que carro é esse? É seu?

- É nosso. Comprei para tentar despistar os homens de Thomas. Eles seguirão o meu, enquanto estaremos neste.

- Me sinto dentro do filme do 007. Enrico, esse carro custa mais de dois milhões. Você ficou doido?

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora