Cap. 36 - Aylla

11 4 1
                                    

- Aí Jesus, desculpa, eu não sabia que estariam aqui na sala!

Ruth entrou e derrubou todas as sacolas que trazia no chão. Fechou os olhos e ficou paralisada no lugar. Mas era tarde demais, era impossível não ver a linda bunda de Enrico e que eu o chupava. Ele estava de costas e ela estava bem atrás dele. Eu não sabia se saia correndo ou se ria daquela situação.

- Ruth, vá para a cozinha, por favor. - Enrico tentava tapar a bunda com as mãos, todo sem jeito e ficou vermelho de vergonha. Ruth saiu correndo e foi para o quarto de empregada, batendo a porta.

- Agora é oficial, vou ter que matar a Ruth. Chega de tanta mulher te vendo pelado. Já virou palhaçada.

- Não tem graça. Olha isso, até broxei.

- Não por muito tempo. Me levantei e o puxei pela mão até nosso quarto.

- Não estou no clima, pequena, que situação chata. Estou envergonhado.

- Só relaxa, farei essa vergonha ir embora rapidinho. - E fiz mesmo. O joguei na cama e o chupei até ficar duro novamente. Enrico gozou em minha boca e tive que me esforçar para engolir tudo, ele realmente estava com muita saudade. Depois me possui avida, mas com delicadeza para não me machucar. Tudo estava de volta ao seu lugar e após tomarmos um banho bem relaxante, o fiz gozar novamente. Aquele dia poderia ser apenas mais um em nossas vidas. Mas senti algo que nem me lembrava. A sensação de liberdade.

Sei que não deveria estar feliz com a morte de uma pessoa, mas Thomas era um monstro que tinha que ser extirpado ou nunca me deixaria em paz, eu viveria amedrontada, imaginando que a qualquer momento ele faria mal a mim ou a alguém que eu amava e aquele sentimento de pavor acabaria minando tudo em mim. Algo me dizia que sua morte não fora exatamente como Rubens relatou. Enrico não demonstrou surpresa e tinha certeza que ele sabia de algo, porém não queria levar aquele assunto adiante. Seja lá o que ele tenha feito, fez para me proteger, então pouco importavam os meios, o fim era realmente o que contava. A morte de Thomas trouxe paz para uma família inteira, não somente para mim. A justiça aqui na Terra foi feita e ele pagaria no inferno pela eternidade depois de morto por tudo o que me causou. Ele não tinha mais o poder de me machucar então poderia viver uma vida sem medo de olhar para trás achando que a qualquer momento seria surpreendida por aquele psicopata. Era libertador e bom demais viver sem aquela sensação. Então para mim, mesmo que Enrico tivesse participação em sua morte, desde que aquilo não o atormentasse, estava tudo bem para mim. Jamais perguntaria e sabia que ele jamais me contaria.

Na consulta, estávamos nervosos e ansiosos. Nem fazia tanto tempo que estávamos naquele consultório e por um momento a tristeza por me lembrar de nosso pacotinho bateu forte, mas Enrico, vendo meu estado, me acalmou. Não demorou muito e fomos chamados. O doutor Michel se espantou ao saber de toda nossa história, já que tivemos que explicar como fiquei grávida e tinha dúvidas sobre a paternidade de nosso bebê.

- Não queria ter que fazer cesária, doutor Michel. Por que não posso ter um parto normal como qualquer mulher?

- Entenda Aylla. Mudamos o seu anticoagulante, mas não posso garantir que não tenha um sangramento severo ao dar a luz e poderemos não conseguir contê-lo.

- Eu entendo doutor, já que não tem outra forma.

- Você tem certeza que não quer fazer o teste de DNA, tem esse direito se quiser.

- Tenho. Não vou ficar me martirizando caso o filho não seja de Enrico. Não quero passar nada de ruim para ele - disse passando a mão em minha barriga. - Se por um grande acaso, esse filho não for de Enrico, sei que passarei a gravidez inteira triste e chorando e não quero isso para esse bebezinho. Mas sei que ele é nosso. - Passei a mão no rosto de meu grandão que a beijou, num ato de cumplicidade.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora