- Calma amor, eles estão bem agora, pode ficar tranquila. - Ele me abraçou e eu me agarrei em seu corpo, procurando me acalmar. - Eles sabem o que causou isso nas crianças? - perguntou a Karim sem me soltar.- Eles comeram algo que continha amendoim. Você sabe, são muito alérgicos, assim como eu. Por isso não sei onde acharam algo que tinha isso para comer. Quando você se mudou, joguei fora os potes de pasta de amendoim que você deixou em casa com medo da Laura, por curiosidade, querer experimentar.
- Quando eles vão em casa, eu guardo tudo no alto, mas eles nem vão atrás de doces em casa e qualquer coisa que vamos dar a eles olhamos bem na embalagem, justamente por medo de ter algum componente com amendoim.
- Eu sei abla. Você é muito cuidadosa com eles, fico orgulhos por ter mudado tanto em relação às crianças. Me desculpe por perder a paciência mais cedo. Estava num estado de nervos daqueles.
- Me desculpe também por ter perdido o controle. Sei que me excedi. - Nos abraçamos e meu telefone tocou bem naquele momento. Sai correndo do quarto antes que Nuri acordasse, pedindo para Enrico não deixar Karim sozinho. Ele concordou com a cabeça e fui atender a ligação.
- Se não estiver aqui no escritório em quinze minutos, alguém mais vai parar no hospital, ou embaixo da terra. - Tomas deu um sorriso diabólico, me fazendo congelar no lugar.
- Não tenho como sair daqui agora sem ser seguida. Tem um segurança em cada canto desse hospital.
- Ahhh, cadelinha. Você não aprende mesmo, não é? Olha, o papai aqui vai te ajudar, mas dá próxima vez você se vira, tá bom?
Seu sarcasmo era demoníaco, mas preferi não irrita-lo ainda mais. Sabia do que era capaz e não permitiria que mais alguém se machucasse por minha causa.
- O que tenho que fazer?
- Boa menina. Assim que eu gosto. Tem uma ambulância na saída da emergência. Chegue até ela sem ser vista por seus seguranças. Vou cuidar de tirar seus capangas do local. La terá uma moto. A chave está no contato. Sei que adora fugir do seu novinho pilotando. Agora corre minha Tomb Rider, quatorze minutos... tic... tac... tic... tac...
Desliguei o telefone e me certifiquei de que não havia ninguém na recepção. Meus pais foram avisados do que havia acontecido e em breve todo o batalhão da família estaria ali. Avistei a placa onde indicava saída de ambulância e me esguiei até o local. Olhei para trás e não havia sido seguida. A porta da frente se abriu e vi que toda família entrava desesperada. Aproveitei aquele momento e escapei.
No local onde ele me indicou havia uma Kawasaki ninja H2R. Era enorme e não sabia nem se conseguiria pilotar. Fiz um esforço sobre-humano para subir e conseguir sair com ela daquele lugar. Não haviam seguranças e acelerei o máximo que pude. Atravessei a cidade cortando todos os carros, temendo pelo que enfrentaria e por medo de cair. Adorava pilotar, mas nunca algo tão potente e grande. Cheguei naquele lugar e meu telefone não parava de tocar. Por sorte desliguei a minha localização antes de sair do hospital, ou Enrico iria me rastrear. Entrei apressadamente na empresa e desliguei o aparelho antes de entrar na sala de Thomas. A secretária bem instruída liberou meu acesso e logo me vi dentro daquele lugar que para mim era o inferno.
A sala estava vazia e me peguei olhando para onde poderia estar as pastar com as provas contra meu irmão e Enrico, mas antes de me aproximar, a porta daquele quarto dos horrores se abriu e ele saiu, assobiando uma música assustadora e segurando algo nas mãos que me fez dar um passo para trás.
- Aylla... Aylla... Aylla... Quando será que você vai aprender que comigo não se brinca, hein cadela?
- Eu não tive a intenção Thomas. É que Enrico e Karim não saíram de perto de mim, não consegui despista-los.
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Vidas Cruzadas Parte IV
Romance🌹 Não há remédio para o amor, a não ser amar mais 🌹 O amor de Enrico é posto à prova quando Aylla se fecha em suas feridas e tenta a todo custo protegê-lo. Esse amor não poderá ser vivido plenamente até que consigam se livrar do mal que os asso...