Cap. 39 - Aylla

21 6 2
                                    

- Aylla, está tudo bem? Estou te sentindo distante.

- Estou bem sogra. Só um pouco indisposta. Isa peça pro Enrico vir me buscar, por favor. Deixei o celular no carro.

- Você está pálida Aylla, tem certeza que está bem?

- Eu sou pálida Isa, esqueceu? Só preciso da minha cama.

- Sei bem do que você precisa. Está em com saudade do meu irmão, isso sim.

- Também, Natalie. É normal a gente ficar tão pegajosa assim na gravidez?

- Mais que normal. Ficamos sensíveis e temerosas. Tudo nos assusta e parece que só nosso companheiro nos protege. Fiquei assim na gravidez das crianças.

- Acho que você nasceu grávida então, porque é assim o tempo todo com o Gui. O pobre não pode nem respirar sem você cheirando o bafo dele, que vai atrás - brincou Giulia com a irmã e caímos na risada, pois era assim mesmo que Natalie era com o marido. Eu tinha receio de me tornar como ela, por isso me policiava. Mas Enrico e eu tínhamos um laço tão forte e inexplicável que antes mesmo da Isa completar a ligação, meu grandão entrou porta a dentro.

- Posso raptar minha mulher? Chega de monopoliza-la. Preciso por essas pernas para cima e...

- Enrico!! Nossa mãe está aqui, olha como fala.

- E o que eu disse demais? A Aylla está inchando muito, preciso amenizar essa pressão com uma massagem ou vai piorar.

- Não liga para suas irmãs, elas só pensam besteiras e as vezes esquecem que sua mãe também é mulher.

- Aí mãe, para, por favor. Quando a senhora começa a falar besteira é pior que a Aylla. - Isa repreendeu minha sogra, mas ela nem ligou e continuou falando.

- Vocês acham que foram feitos como, afinal? Seu pai sempre gostou de sexo e até hoje não me dá sossego. Tem dias que quase saio correndo dele.

- Aylla, vamos embora logo. Isso é muito traumatizante para mim. Prefiro não ouvir o resto. - Enrico me levantou e já foi se despedindo do todas. Estava vermelho e eu por incrível que pareça, fiquei sem graça.

- Enrico, estou com muita vontade de tomar suco de romã. Compra pra mim? - pedi assim que entramos no carro para irmos embora.

- Sua mãe levou romã essa semana pra você. Eu faço o suco quando chegarmos em casa.

- Não quero qualquer suco. Me leva pra tomar aquele do shopping que eu amo.

- Aylla, estou com dor de cabeça, quero descansar e você nunca vai só na praça de alimentação. Não quero que fique andando com essas pernas inchadas.

- Prometo que só vamos tomar o suco e ir embora. - Realmente estava sem ânimo para andar, mas a vontade de tomar o suco era maior e sabia que Enrico não negaria o pedido de uma gravida.

Como sempre, ao entrarmos no shopping, Enrico nem se lembrou mais da dor de cabeça e do cansaço, pois se empolgou e entrava em todas as lojas de bebês, comprando tudo que as vendedoras mostravam a ele. Elas ficavam com um sorriso de orelha a orelha, não sei qual era o motivo ao certo. Se era por que ele garantia a comissão de um mês em uma única compra ou porque elas não paravam de babar em cima do meu noivo.

Nesses momentos, eu fazia questão de exercitar meu lado Aylla ciumenta e o tirava de perto daquelas vacas.

- Enrico, desse jeito vou ter que comprar o apartamento ao lado para que caiba todas essas coisas. Bebes não precisam de tudo isso. Crescem na velocidade da luz, olha para o Nuri, já está enorme e super diferente de quando voltamos para o Brasil.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora