Cap. 5 - Aylla

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- Você está bem?

- Estou sim. É que eles são tão inocentes, parecem dois anjos. Eu só queria ter o poder de não deixa-los sofrer nunca.

- Infelizmente, no mundo em que vivemos, essa missão será impossível. Mas os pais que eles tem os protegerão até com suas vidas e nós os ajudaremos nessa missão. Mas não tome essa responsabilidade para você, Aylla. Eles são nossos sobrinhos e temos muito com o que nos preocupar, pequena.

- Eu sei amor, mas é mais forte do que eu. Não posso permitir que algo aconteça com eles, não por minha causa.

- Vamos cuidar disso, não se preocupe.

- Eu sei que não poderão ficar dentro de uma bolha. Uma hora vão passar por suas provações, mas eu estarei lá para protege-los. - me lembrei das ameaças daquele monstro e lágrimas caíram de meus olhos sem que eu nem percebesse.

- Você está muito sensível com tudo isso Aylla, mas não deixe isso te abalar assim. Nós vamos vencer essa guerra.

- Estou de TPM, Enrico. Fico um bagaço quando estou nesse período, vc sabe.

- Tia, já amanheceu? - Laura estava toda descabelada e falava com uma voz de sono.

- Já sim macaquinha - respondi, tirando seus cabelos de seu rosto.

- Mas nem brincamos de festa do pijama, que chato.

- Não seja por isso, Allah, Allah. Vamos brincar agora, estamos todos de pijama mesmo.

- Mas eu preciso escovar os dentes e me trocar.

- Mas é uma robozinha mesmo. Seu pai não está aqui, Laura. Hoje não vamos fazer nada disso. Todos ficaremos de bafo e de pijama até tarde, o que acha?

- Até o tio Enrico?

- Claro. Ele vai ficar com bafo de leão, igual ao Nuri e nós ficaremos com bafo de gatinhas.

- Ebaaa!! Acorda Nuri, vamos brincar!! - Ela estava empolgada e começou a pular na cama, acordando Nuri, que despertou chorando querendo seu leite.

- Tio Enrico, isso é com você. Faz o tete do Nuri, por favor?

Enrico se levantou e quando voltou, encontrou os dois em cima de mim se divertindo muito.

- Não pulem com força na tia de vocês. Ela tem um dodói nas costas. Toma seu leite Nuri, Laurinha vamos ajudar o tio na cozinha e tia Lala, tome seus remédios e venha tomar café amor, vou por a mesa.

- Depois de nosso café reforçado, brincamos um pouco com as crianças e Enrico precisou atender uma ligação de trabalho no escritório. Meu antigo quarto de hóspedes havia se transformado num escritório de última geração depois de meu acidente, pois Enrico passou muito tempo sem colocar os pés na empresa. Continuei na sala brincando de massinha com elas quando Nuri disse que queria fazer cocô, mas não deu tempo de chegarmos ao banheiro e tive que interromper a ligação de Enrico, pois não tive estômago para lidar com aquilo.

- Me ajuda, não sei o que fazer com ele!! - disse, tapando o nariz, enquanto Enrico debochava da minha falta de jeito

- Calma pequena, é só cocô. Venha me ajudar.

- Vou correr pra longe. Você cuida dele e eu vou limpar a cozinha.

- Não vai nada, mulher. Pode ficar aqui e me passa o lenço umedecido.

- Será que tem um depósito secreto nesta criança? Não tem como sair tudo isso de um bebê tão pequeno. - Com muito nojo ajudei Enrico a tirar o excesso daquela caca toda e abri o chuveiro para que ele desse um banho em Nuri. A baderna foi generalizada. Dávamos banho em nosso sobrinho, enquanto ele ria da nossa cara. No fim, acabamos todos dentro da banheira nos divertindo muito.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora