Epílogo

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Enrico me ensinou que o amor verdadeiro é simplesmente o resumo da felicidade.

Por mais difícil que tenham sido nossos dias, ele jamais desistiu de nós e do nosso amor. Nossa jornada foi árdua, mas ele continuou ao meu lado, para o bem e para mal.

Meus pesadelos nunca tiveram fim, mesmo não abandonando a terapia, mas diminuíram consideravelmente e não eram tão reais como os de antes. Ainda assim acordava com o coração disparado, mas sabia que ao acordar, teria um aconchego presente para me acalentar.

O meu porto seguro era Enrico. Sempre seria até o fim de nossas vidas.

Meu grandão era um pai presente, protetor e que babava em suas crias o tempo todo. Quando tinha que brigar, era enérgico, mas nunca perdia a ternura em seu olhar.

Eu virei uma Maria mole depois que me tornei mãe. Fiquei mais tolerante, amorosa, conselheira e parei de falar palavrão... Em público, pelo menos.

Quase todos os dias flagrava Enrico brincando de bonecas com suas duas pequenas ou assistindo desenhos de princesas, como ele sempre amou. As meninas se colavam nos braços grandes do pai e ali adormeciam.

Enrico fazia questão de colocar os filhos na cama e contar histórias até dormirem. Aquilo era como um ritual.

Nossos meninos o enxergavam como um verdadeiro herói, olhavam com olhar de admiração e Enrico, fazia questão de leva-los para o escritório desde cedo para que fossem se familiarizando com todo o ambiente. Eles amavam aquilo. Nasceram com o dom do pai e todo dinheiro que ganhavam dos avós ou tios, pediam para que gardássemos para que comprassem alguma coisa no futuro. Verdadeiros filhos do tio patinhas.

Nós os ensinamos a andar de cavalo, mexer na terra, a dar valor ao simples, mesmo tendo o mundo aos seus pés. Íamos na igreja regularmente, pois eu e Enrico conseguimos resgatar nossa fé em Deus e aquilo nos tornou mais fortes. Fazíamos questão de manter a harmonia dentro de casa e mostrávamos o quanto a família era a base de tudo na vida de uma criança.

Meu grandão os ensinou que na vida temos que lutar para conquistar algo e que mesmo perdendo, valeu pelo aprendizado. O mais importante era jamais se desvincular de suas raízes.

Assim era Enrico. Um paizão, um maridão e o meu... Só meu, grandão.

Eu era uma felizarda, pois tinha aquele homem aos meus pés e ao mesmo tempo, ele se fazia o centro de meu mundo.

Como dizia a letra de uma música que eu sempre amei... Nem tudo foram flores em nosso caminhar, mas de amores eu morria por meu marido... Pois seu beijo era capaz de sarar qualquer arranhão.

Enrico era o meu agora, o meu depois e o meu felizes para sempre.

Fim...

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora