Cap. 7 - Aylla

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Depois que exploramos todos os cômodos e conhecemos melhor toda a propriedade, fomos embora. Minha cabeça fervilhava de tantas ideias que queria colocar em prática. Não via a hora de passar tudo para meu computador e começar a trabalhar. Nada como um novo desafio para dar uma injeção de ânimo.

Passamos no mercado antes de irmos para casa e lotamos nossa dispensa com creme de avelã e pasta de amendoim.

- Alguém aqui está bem confiante - falei segurando um daqueles potes nas mãos.

- Deve ser porque minha noiva ama ficar melecada para mim.

- E você nunca reclama de ficar lambuzado por mim. - Ele pegou o pote da minha mão, abriu e enfiou um dedo dentro. Depois ameaçou enfiar em minha boca, mas passou em meu rosto, me deixando toda suja e em seguida, me lambeu. Fiz o mesmo com ele e começamos uma pequena guerra com creme de avelã. Passei inclusive em seu pescoço e me afastando, o chamei com o dedo indicador. Ele me colocou em cima da bancada e limpei toda aquela região com a língua. Eu amava crede de avelã, mas o sabor do meu grandão era muito melhor. Ele me beijou e permanecemos abraçados por um bom tempo, sem dizer nada. Apenas nos sentindo.

O toque estridente do meu celular nos tirou daquele momento e dei um pulo do balcão para atender, mas Enrico chegou antes e o desligou.

- Hoje você não vai atender ninguém além de mim.

- Não tem graça, devolve meu celular. Pode ser urgente.

- Não vou devolver. Seja lá quem for, vai ter que esperar.

- Enrico, pode ser uma das meninas. Não podemos ignorar essas chamadas.

- Que seja. - Ele jogou o celular no sofá e saiu nervoso para o quarto.

O liguei e verifiquei a ligação. Para meu desgosto, era Thomas. Tentei simplesmente ignorar, mas o medo de não ir até ele era maior.

Esperei um pouco e fui até Enrico, disfarçando ao máximo.

- Desculpa, grandão. - Ele estava de pé na varanda com um copo de suco na mão e sua cara estava fechada. Eu o abracei por trás tentando pensar em algo para sair de casa.

- Espero que não tenha atrapalhado nada importante. - disse por fim.

- Você nunca atrapalha amor. Era só uma amiga querendo saber de mim. Viu como foi rápido?

- Tudo bem Aylla. - Ele se soltou do meu abraço e foi para dentro do quarto. Não podia sair e deixá-lo daquele jeito. Então pensei rápido em uma desculpa.

- Quer saber, vou buscar uma surpresa para você, mas me prometa que não vai dormir. Eu volto bem rapido.

- Eu não quero nenhuma surpresa hoje. Quero minha mulher aqui em casa comigo.

- E vai ter. Mas volto com algo a mais. Garanto que não se arrependerá. Vai tomar um banho que volto antes da água esfriar. Vou só trocar de blusa, essa daqui está toda suja.

Disfarcei como pude e peguei uma lingerie nova para usa-la como desculpa da surpresa.

Dei um beijo não correspondido nele e sai com o coração na mão, com medo daquele verme se irritar e fazer algo com meus sobrinhos.

Como Thomas estava em sua casa, fui até a casa do meu irmão com o pretesto de buscar a tal surpresa para Enrico, mas não sabia como despistar aqueles seguranças.

Quando entrei, dei de cara com a infeliz da babá e não teve outro jeito senão pedir ajuda a ela.

- Preciso que distraia os seguranças por um instante. Thomas está me chamando.

Vidas Cruzadas Parte IVOnde histórias criam vida. Descubra agora